Barcelona
Por uma hora, o Barcelona sofreu sem Messi. No banco, o argentino ficava de pé, mexia as pernas, parecia querer entrar em campo para enfrentar o Paris Saint-Germain, no jogo de volta das quartas de final da Champions League, no Camp Nou. Lesionado, sem a liberação dos médicos, o melhor jogador do mundo entrou aos 21 do segundo tempo para mudar o jogo; foi dele a jogada que terminou no gol de Pedro, o gol que garantiu o empate por 1 a 1, o gol da classificação.
Uma classificação que coloca o Barcelona ao lado do arquirrival Real Madrid e dos alemães Bayern de Munique e Borussia Dortmund como os quatro semifinalistas da Champions League. O sorteio dos confrontos acontece na sexta-feira. O Barcelona começou a partida sem seu principal jogador. O argentino Lionel Messi ficou no banco de reservas, depois de sofrer uma lesão na primeira partida entre as duas equipes, há uma semana. Cesc Fábregas formou a linha ofensiva de três jogadores, ao lado de Pedro Rodríguez e David Villa.
Pelo Paris Saint-Germain, o trio ofensivo tinha Lucas, Lavezzi e Ibrahimovic. Com o 2 a 2 em Paris, o time francês precisava de uma vitória ou de um empate por mais de dois gols para avançar. A repetição do placar levaria a decisão para a prorrogação.
O primeiro grande lance da partida aconteceu logo no minuto inicial: Fábregas sofreu falta na entrada da área, e Xavi cobrou levando perigo ao gol defendido por Salvatore Sirigu. Aos 5 minutos, em nova falta, desta vez concedida por Thiago Silva após uma falha em cobrança de impedimento, o Barcelona teve nova chance – a cobrança parou na barreira, e o brasileiro levou o cartão amarelo.
Mesmo sem Messi, o Barcelona conseguia manter o tradicional toque de bola, girando bem na entrada da área adversária e criando boas chances. Mas foi de longe que Iniesta quase abriu o placar; o meia arriscou quase do meio-campo, tentando surpreender Sirigu, mas a bola passou por sobre o gol.
A resposta do PSG aconteceu dois minutos depois, quando Lucas arriscou da entrada da área, parando na defesa de Valdés. No minuto seguinte, aos 14, foi a vez de Lavezzi chutar, mas a bola subiu e passou muito longe da meta catalã.
Após o bom momento do Paris Saint-Germain, o Barcelona voltou a levar perigo ao gol francês com Pedro. O atacante avançou pela esquerda e tentou concluir duas vezes – primeiro, parou em Sirigu, depois, chutou no lado externo do gol. Dois minutos depois, Iniesta também parou nas mãos do goleiro.
Os franceses não se assustaram a voltaram a criar boa oportunidade, a melhor do jogo até então, quando Lavezzi saiu cara a cara com Valdés, mas chutou nas pernas do goleiro catalão, perdendo uma grande chance de abrir o placar. Aos 27 minutos, Ibrahimovic cruzou na área, e Lucas cabeceou, para Valdés novamente fazer boa defesa.
Embora o Barcelona continuasse com seu jogo de posse de bola no campo de ataque, era o PSG que se aproximava mais do gol. A equipe francesa conseguia criar boas oportunidades, sobretudo com Lucas pelo lado direito; o time da casa não tinha sucesso quando tentava furar o bloqueio adversário – no banco, Messi parecia inquieto, ansioso para entrar em campo.
No gramado, quem brilhava era Lucas. Em bela jogada, o brasileiro deu uma meia-lua em Iniesta e só parou em um carrinho de Adriano. O lateral, que jogava improvisado de zagueiro, levou o cartão amarelo. Na cobrança da falta, Ibrahimovic acertou a barreira.
O primeiro tempo terminou com o PSG mais próximo de abrir o placar. E com Messi de pé, angustiado, no banco de reservas.
A segunda etapa começou com Messi novamente no banco, e com o Paris Saint-Germain jogando bem, como se estivesse em casa. Aos 4 minutos, a boa partida dos franceses foi premiada. Ibrabhimovic fez ótimo passe para o argentino Pastore, que avançou pela esquerda e tocou na saída do goleiro Valdés.
Assim que o gol saiu, Messi arrumou o meião, ainda no banco. Mas o argentino continuou sentado ao lado dos demais reservas.
Aos 16 minutos, em sua primeira substituição, o técnico Tito Villanova colocou Bartra em campo, no lugar de Adriano. Enquanto isso, Messi aquecia ao lado do campo, e a torcida no Camp Nou vibrava com a possibilidade de ver o argentino em campo.
Quatro minutos depois, Daniel Alves teve grande chance após um cruzamento que passou por toda a área do Paris Saint-Germain, mas chutou para muito longe. No minuto seguinte, aos 21, Messi entrou no lugar de Fábregas.
Nove minutos em campo bastaram para Messi mudar a cara da partida. O argentino recebeu passe na intermediária, passou por dois rivais e tocou para Villa. Dentro da área, o atacante ajeitou para Pedro chutar forte, de esquerda, terminando uma grande jogada com um belo gol.
Com o placar de 1 a 1, o Barcelona garantia a classificação; o PSG precisava de pelo menos mais um gol. Mas, com Xavi e Iniesta no meio-campo, o clube catalão fazia o que sabe fazer: tocava a bola em sequências de passes gigantescas, ganhando tempo. Com Song no lugar de Villa, Tito Vilanova reforçava a defesa, para evitar novas surpresas.
As surpresas não aconteceram. E o Barcelona de Iniesta, de Villa, de Xavi, de Pedro, mas, sobretudo, de Messi, está mais uma vez na semifinal da Champions League.
