Parente de empresário é suspeito de ferir com cinzeiro no Rio

Daniel Barata, de 18 anos, sobrinho do empresário do setor de transportes Jacob Barata, é o principal suspeito de tacar um cinzeiro em Ruan Martins Nascimento, 24 anos, ferido na testa quando protestava em frente ao casamento de Beatriz Barata, na noite de sábado (13), no Copacabana Palace, Zona Sul do Rio.

As informações são do delegado José William de Medeiros, titular da 12ª DP (Copacabana), que na tarde desta segunda-feira (15) foi ao local da manifestação acompanhado da vítima para colher informações para a investigação. Até as 17h30, o G1 não havia localizado um representante de Daniel para falar sobre o caso.

“Todos os indícios apontam para que o Daniel tenha jogado o cinzeiro. Já há inclusive informações publicadas na imprensa de que ele teria admitido ter jogado no manifestante e defendido sua atitude em uma rede social", disse Medeiros, que tenta localizar o endereço do jovem para intimá-lo para depor.

O jovem teria assumido em uma rede social que jogou dinheiro para os manifestantes durante o ato, e pediu desculpas pelo episódio. Em seguida, o perfil de Daniel foi apagado da rede social.

O estudante de modelagem Ruan chegou por volta das 16h30 desta segunda à 12ª DP (Copacabana) para prestar depoimento sobre o caso. Em seguida, foi para a porta do hotel para contar detalhes do episódio, por cerca de 10 minutos.

Em depoimento, Ruan Martins não soube dizer quem atirou o cinzeiro que atingiu sua cabeça. “Eu não tenho como dizer que foi o Daniel que me atingiu porque eu não vi. Tomei a pancada e caí, mas todos os manifestantes viram o Daniel dando um soco no André [advogado] da OAB e um tapa em outra manifestante”, disse Ruan, acrescentando que vai entrar com uma ação indenizatória pela agressão sofrida.

Pela manhã, no Instituto Médico Legal (IML), onde fez exame de corpo de delito, Ruan declarou que quando foi ferido achou que tinha sido atingido por uma bomba. O rapaz, que levou seis pontos na testa, disse que o cinzeiro foi jogado por um convidado da festa pela janela ou pela varanda do hotel.

"Achei que era uma bomba. Vi um clarão e ouvi um barulho. Estava em frente à janela, tentando apartar uma briga. Acho que quem jogou queria jogar na briga. Levei seis pontos, podia ter causado um traumatismo, a pessoa assumiu o risco de me matar quando jogou", declarou.

Segurança impediu entrada

O estudante explicou que tentou entrar no Copacabana Palace para tentar identificar o autor da agressão, com o auxílio de um advogado que estava na manifestação e de um policial militar do 19º BPM (Copacabana) que fazia a segurança da manifestação e já prestou depoimento. No entanto, ele alega que foi barrado pela segurança do hotel.

"Eles não deixaram a gente entrar. Não deixou a gente ter acesso às imagens na hora. Mas se o hotel nos ajudar a identificar a pessoa, vou processar a pessoa, e não o hotel. Depende só do Copacabana Palace, de que lado o hotel vai ficar. Tinha gente jogando camarão, nota de R$ 20. As pessoas estavam saindo muito alteradas da festa", completou, acrescentando que a pessoa que lançou as notas também agrediu um manifestante.

Segundo ele, a briga começou quando duas jovens e uma senhora tentavam sair da festa de casamento. "Essa senhora se exaltou muito. Ela partiu pra cima de uma manifestante. Eu ajudei a segurar ela e o segurança do hotel a tirar a jovem dali", acrescentou.
Apesar de ferido, o estudante declarou que não deixará de ir as próximas manifestações. "O que a gente puder fazer pra aparecer, e tirar esses corruptos do mandato nós vamos fazer. A gente já sofre muito, paga muitos impostos."

Ele contou ainda que só ligou para a mãe para avisar o que tinha acontecido quando chegou à 12ª DP (Copacabana), responsável por investigar o caso. "Disse: ‘Mãe, estou vivo, mas com seis pontos na cabeça", relembrou.

Fonte: G1

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