Sessão pública debate qualidade do ensino público em Alagoas
Na tarde desta segunda-feira (23), a Assembleia Legislativa, por meio do requerimento do deputado Ronaldo Medeiros, debateu a cerca da situação da educação pública em Alagoas. De acordo com o parlamentar quase todos os dias o tema educação é debatido em plenário, mas precisa da participação e da cobrança da sociedade civil, “nós ouvimos todos os dias que a educação é à base de tudo, mas na prática ela não é tratada como tal, o que é lamentável”.
O parlamentar observou ainda que não há como discutir educação de qualidade Alagoas, quando ainda estamos discutindo o mínio que é o salário digno para os professores e escolas ficam sem merendeiras ou sem a maior parte de funcionários necessários para seu funcionamento.
“Muito me preocupa a situação da educação pública em Alagoas, ouvi de uma diretora da rede pública de ensino que o maior problema da instituição foi a “reforma”, isso porque, depois dela segundo a diretora, as paredes começaram a molhar, as torneiras ficaram vazando, entre outras coisas. Mais um absurdo que temos que encarar!”, observou Medeiros.
O deputado ainda ressaltou o fato de que Alagoas é campeã em criminalidade e o Governo tem praticado apenas a política reativa, ou seja, construção de presídios, compra de armas, contratação de novos policiais, “não sou contra a essas ações, mas enquanto não tivermos uma educação de qualidade, de fato continuaremos a construir presídios. Gostaria muito que a educação de hoje fosse como antigamente, estudei em escola pública e o ensino era muito diferente, aprendi técnicas agrícolas, educação para o lar, entre outras matérias que me ajudaram durante toda a vida”.
O deputado Ronaldo Medeiros afirmou que é autor de um Projeto de Lei, que previa que em 10 anos todas as escolas da rede pública passariam a funcionar em tempo integral, mas o PL foi vetado pelo Governo.
“Quando não há ensino de qualidade as drogas também tomam conta. Estive no município de Branquinha, no sábado a tarde, reunido com representantes de 5 assentamentos da cidade e uma das reclamações foi a questão da droga, que segundo relatos se espalhou por falta de uma política pública de educação eficiente. É uma pena mas o filho do pobre que não tem outra escolha a não ser o ensino público é marginalizado, não por culpa dos profissionais, mas pela falta deles”, ressaltou o deputado.
Representando a União Nacional dos Estudantes, UNE, Tiago Souza, criticou as reformas feitas pela Secretaria de Estado da Educação, afirmando que não aconteceram como deveria, e apelou por um maior investimento em educação por parte do Governo do Estado.
Ana Márcia Cardoso, representante da Secretaria de Estado da Educação, afirmou que não há como se pensar em educação de qualidade sem promover educação em tempo integral, “nossos jovens estão vulneráveis porque estão nas ruas, por falta da educação integral”.
O vice-presidente do Sindicato dos professores, Eduardo Vasconcelos, em sua fala ressaltou a importância do trabalho do profissional da educação e também apelou por maior incentivo a educação e aos professores.
