Jornada de mulheres do campo avança em Alagoas

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Desde a manhã desta quinta-feira (08/03), aproximadamente 1200 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se movimentam em Maceió-AL na Jornada Nacional de lutas das mulheres da Via Campesina. Após ocupações e negociações no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e Eletrobrás Distribuição Alagoas, as lideranças camponesas marcham nesta sexta-feira (09/03) na capital.

Em direção ao Centro da cidade, as famílias Sem Terra exigem do poder público a realização da Reforma Agrária, em Alagoas, mais uma vez cobrando a legalização das terras do falido banco estadual (Produban) para fins de assentamento. No Estado e por todo país as vozes das mulheres em luta se fazem ouvir no coro “Veta Dilma”, em defesa do Código Florestal e da preservação de florestas, rios, mananciais e todo meio ambiente.

Depois de ocuparem o Ibama e agendar audiência com a superintendente do órgão, Sandra Menezes, para esta sexta-feira, o contingente de trabalhadores rurais se deslocou pela Avenida Fernandes Lima, em marcha até a Eletrobrás Distribuição Alagoas. Na ocupação da Eletrobrás, uma comissão de mulheres foi recebida pela presidência, setor de operações e técnicos e gestores ligados ao Programa Luz para Todos.

A representação da Eletrobrás informou às manifestantes da limitação em resolver a pauta dialogada até ali (desde mobilizações em anos anteriores), devido à falta de contratação/licitação de novas construtoras, o que já está superado. Discutindo ponto a ponto do documento protocolado já no mês passado com demandas dos assentamentos, o Diretor de Operações, Vladimir de Abreu, sinalizou que “a vontade desta equipe é fazer”.

Na próxima terça-feira (13/03), as novas construtoras irão se reunir com a Eletrobrás para conhecimento das demandas de ampliação ou ajuste de rede em todo Estado. Segundo Abreu, a intenção da empresa é contemplar, até o final de 2012, no Programa Luz Para Todos a íntegra das áreas listadas pelo Movimento. “Finalmente a Eletrobrás sentiu o peso da organização popular. Se não resolver, voltamos!”, alertou Marinete em assembléia.

"Nós, mulheres do campo, estamos ocupando esses espaços na cidade, no dia 08 de março, para mostrar nossas pautas à sociedade e fazer cobrança e pressão às instâncias devidas”, afirmou Tarciana Ribeiro, da Direção Nacional do MST. E completa: “estamos aqui contra a violência que atinge as mulheres no campo e na cidade e pela Reforma Agrária. Mostrando a força da mulher, vamos fazer crescer essa luta que não é só de quem está no campo, mas de toda a sociedade.”

Com previsão de saída para às 7h30 da manhã desta sexta-feira (09/03), a marcha de trabalhadoras rurais deve tomar a principal via arterial de Maceió, avenida Fernandes Lima. Levando à sociedade as pautas locais e nacionais, mobilizações acontecem também no Alto Sertão do Estado, na cidade de Delmiro Gouveia (330km de Maceió), em concomitância à ação na capital.

A Jornada Nacional de lutas das mulheres, realizada todos os anos na passagem do 08 de março, já alcança 17 Estados e o Distrito Federal, com marchas, protestos, ocupações e um amplo diálogo com a sociedade sobre as necessidades de um modelo de agricultura centrado na mulher e no homem camponês, que garanta soberania alimentar e preserve o meio ambiente. Para tanto, é imprescindível o veto da Presidenta ao Novo Código Florestal, impedindo novas devastações e punindo as passadas.

Fonte: Assessoria

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