Anestesistas de Alagoas realizam paralisação por tempo indeterminado

O motivo são os 15 anos de defasagem na tabela dos médicos, uma situação que os profissionais classificam como 'insustentável'.

A partir desta quarta-feira, 14, apenas o Hospital Geral do Estado, Hospital Universitário e a Maternidade Escola Santa Mônica contarão com o trabalho de anestesistas. Cerca de 100 profissionais que atendem pelo SUS irão paralisar as atividades, por tempo indeterminado, para protestar contra os 15 anos de defasagem na tabela dos médicos, uma situação que os profissionais classificam como ‘insustentável’.

Isso quer dizer, na prática, que as cirurgias eletivas estão canceladas nos demais hospitais de Maceió e interior do Estado, conforme orientação da Cooperativa dos Anestesistas de Alagoas e apoio da Sociedade de Anestesistas do Estado de Alagoas. Os profissionais afirmam que todas as autoridades competentes foram informadas da paralisação.

Em entrevista ao Alagoas24Horas, o anestesista Dário Braga Dória explicou que a tabela dos médicos é elaborada pelo tripé que mantém o Sistema Único de Saúde: Ministério da Saúde e Secretarias estaduais e municipais de saúde e que, em Alagoas, essa negociação é realizada sem a participação da categoria. “Essas autoridades acertam os preços sem negociar com os profissionais. Para se ter uma ideia, O SUS nos paga aproximadamente 15% do valor pago em estados menores, como Sergipe”, denuncia o anestesista.

Durante a entrevista o médico informou alguns exemplos dessa diferença na tabela. “Em uma cirurgia de varizes, por exemplo, o SUS repassa R$ 120 aos anestesistas de Alagoas, enquanto médicos de outros estados recebem R$ 400 pelo mesmo serviço. Outro exemplo é a cesariana. Nossos profissionais recebem R$ 45, enquanto no Estado do Piauí os profissionais recebem R$ 333 pelo procedimento. Além disso, ainda temos que esperar cerca de 60 dias após os procedimentos para receber”, destaca.

Os médicos reclamam ainda que recebem R$ 1428 por 20 horas trabalhadas. Essa injustiça na tabela tem levado muitos profissionais a deixarem o Estado. “Chegamos ao fundo do poço, mas estamos abertos ao diálogo. Vale lembrar que desde outubro do ano passado estamos tentando negociar com a Secretaria Municipal de Saúde, mas não houve avanço”.

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