Deputados criticam insegurança e se dizem também vítimas da violência

O assassinato do médico José Alfredo Vasco, no sábado passado, durante um assalto no Corredor Vera Arruda, na Jatiúca, repercutiu na tarde desta terça-feira, 29, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).

O assassinato do médico José Alfredo Vasco, no sábado passado, durante um assalto no Corredor Vera Arruda, na Jatiúca, repercutiu na tarde desta terça-feira, 29, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Primeiro a falar, o deputado Antônio Albuquerque (PTdoB) teve seu requerimento de pesar à família da vítima aprovado por unanimidade.

“A população está consternada e revoltada, acusando as autoridades públicas e políticas pelo caos na segurança. Entendo a aflição e o desespero da família, porque também sou vítima da violência e da insegurança que se instalou em nosso Estado”, disse Albuquerque, relembrando o atentado sofrido pelo filho, Nivaldo Albuquerque, em fevereiro passado.

“É preciso que a Assembleia eleve o tom da cobrança e que a segurança pública cumpra sua obrigação para dar o mínimo de tranquilidade a sociedade”, frisou o parlamentar.

O deputado Isnaldo Bulhões (PDT) acrescentou que, assim como Albuquerque, também foi vítima da violência, ao ter seus pais feitos reféns durante um assalto à casa da família em Santana do Ipanema. Ele também lembrou o assassinato do empresário José Edinaldo Brandão no estacionamento de um supermercado no bairro Stella Maris, no dia 14 de maio: “Foram dois crimes semelhantes, em um curto intervalo de tempo, na mesma região. O modelo de segurança pública está errado e a sociedade está alarmada”, afirmou.

Engrossando o coro, o deputado João Beltrão (PMDB) também revelou que o filho, Marx Beltrão, prefeito de Coruripe, levou uma “carreira” de bandidos na estrada entre Coruripe e Maceió. “Os criminosos chegaram a atirar, mas, não pegou no carro. Meu filho registrou a ocorrência”, contou, acrescentando que, somente nas últimas semanas, mais de 20 pessoas foram alvos de assaltos e tentativas de assaltos na região: “A paciência do alagoano está esgotando”.

’Aquilo roxo’

Em um discurso mais duro, Dudu Hollanda (PSD) sugeriu que o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) substituísse o comando da polícia em Alagoas por alguém que “tenha aquilo roxo”, defendendo uma mudança geral no quadro. Ao cobrar soluções, o deputado também “listou” os colegas parlamentares que já foram vítimas da violência, como Luiz Dantas, Antonio Albuquerque, Isnaldo Bulhões, João Beltrão e Joãozinho Pereira.

Em aparte, Marcelo Victor disse que, para 2012, a ALE aprovou R$ 90 milhões para o Poder Executivo investir na segurança pública. “Nos anos anteriores, eram R$ 6 milhões. Agora, são 90 milhões para investir na polícia”, frisou, aproveitando o assunto para criticar o desarmamento civil: “Até a ONU já reconheceu que, onde acontece o desarmamento, aumenta a criminalidade”.

Também em aparte ao pronunciamento de Hollanda, João Beltrão voltou a falar, desta vez para criticar a má distribuição da polícia nos bairros de Maceió e no interior. “Na sexta-feira passada, em 43 minutos, vi passarem 38 carros da polícia na Praia da Avenida. Enquanto isso, falta policiamento nos grotões e em Coruripe não tem sequer uma viatura, mesmo tendo um maníaco esquizofrênico à solta”, disse, referindo-se ao assassino – ou assassinos – das quatro adolescentes encontradas mortas no município, entre 2011 e 2012.

Último a apartear Hollanda, Ronaldo Medeiros (PT) citou dados do Mapa da Violência para afirmar: “A segurança pública faliu e, depois da morte do médico, a classe média, que estava um pouco inerte, agora tomou corpo, inclusive nas redes sociais. O governador deveria trocar todo mundo, porque a o time da segurança em Alagoas está na série F”.

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