Cardozo chega a Alagoas no próximo dia 26, mas antecipou dados do plano de segurança
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, antecipou à Folha de S. Paulo, as diretrizes do plano de segurança que será implementado em Alagoas. O plano é considerado pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) a redenção dos índices de criminalidade no Estado, apontado pela União como o mais violento do País.
Durante a entrevista, Cardozo afirmou que o plano consiste no investimento de R$ 43 milhões (sendo R$ 25 da União e R$ 18 do Estado) só para a aquisição de equipamentos para equipar a perícia do Estado. Na prática, o governo entende que o cerne da violência é a impunidade, logo, o investimento prioritário se dá no âmbito da perícia. Ironicamente, parte do plano foi anunciado um dia antes dos peritos do Estado anunciarem uma paralisação, conjunta com médicos legistas, exigindo melhorias salarias e de condições de trabalho.
Ao ser questionado sobre o foco do projeto, Cardozo foi taxativo “começar pelo local mais violento. No caso de Alagoas, vimos que a impunidade era um fator decisivo na elevação da criminalidade. Outro foco é a informação: a partir de 2013, o Estado que não abastece o sistema federal com dados padronizados não receberá verba para segurança. Está na lei e vai ajudar muito o diagnóstico”.
O ministro ainda apresentou dados alarmantes do Estado. Segundo ele, das 604 solicitações de perícia feitas até maio [em Alagoas], 97% estão pendentes. Dos 412 inquéritos instaurados, metade está pendente. Existem mais de 3.000 laudos periciais pendentes e 3.000 mandados de prisão em aberto. Grande parte dos homicídios, 52%, ocorre só em Maceió e Arapiraca”.
O ministro também relatou que a Polícia Federal deverá participar no combate ao crime organizado, sobretudo no que diz respeito a grupos de extermínio.
Serão encaminhados ao estado peritos da Força Nacional e o estado deverá contratar peritos e policiais. O ministro ainda anunciou a ‘criação’ de um Delegacia de Homicídios, embora ela já exista no estado.
O plano de segurança também deve chegar ao sistema prisional e às áreas consideradas críticas, de tráfico de drogas. A intenção do Ministério é implantar câmeras de videomonitoramento, cem delas nesse primeiro momento.
No quesito conscientização, o ministro apontou que serão ampliados os postos de arrecadação de armas e irá destruir armas acauteladas. Segundo o ministro, elas (as armas) ‘são roubadas ou saem à noite para passear e depois voltam. Vamos destruir mais de 2.000 no lançamento do programa. O governo de Alagoas bonificará o policial por arma apreendida, de R$ 250 a R$ 400’.
