Presidente do Sinmed é preso e encaminhado à Central de Polícia

Priscylla Régia/Alagoas24HorasDeputado estadual Judson Cabral presta solidariedade à Wellington Galvão

Deputado estadual Judson Cabral presta solidariedade à Wellington Galvão

A notícia da prisão do presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Wellington Galvão, mobilizou médicos legistas do Estado, que estão em greve desde a última sexta-feira, 22. A categoria e a imprensa se deslocaram para a clínica do presidente, no bairro de Mangabeiras, na tarde desta segunda-feira, 24, onde aguardaram o cumprimento do mandado de prisão expedido pelo juiz plantonista e assessor da Presidência do Tribunal de Justiça, Diógenes Tenório.

Além de determinar a prisão dos médicos-legistas que não voltarem ao trabalho em caráter de urgência, o juiz também decidiu que o sindicato deverá pagar multa no valor de R$ 10 mil para cada dia em greve. “Nós também estamos aguardando o cumprimento da decisão judicial porque decidimos permanecer em greve por tempo indeterminado”, disse um dos legistas à porta da clínica.

Em entrevista à imprensa, Galvão voltou a criticar o governo e o Tribunal de Justiça pela situação. “O governo está tratando os médicos como bandidos e a minha prisão só vai acirrar os ânimos da categoria. Nós estamos negociando com o governo desde julho deste ano e com o Tribunal de Justiça desde agosto, que estão justificando a falha nas negociações com a prisão”, desabafou o sindicalista.

Ainda segundo ele, a categoria não sairá da greve enquanto não houver o reajuste salarial equiparado à média Nordeste, que chega a R$ 9 mil. Galvão voltou a culpar o secretário de Defesa Social pelo impasse nas negociações com o governo. “O secretário não consegue entender que o médico legista não é igual aos peritos criminais. O trabalho é diferenciado e a remuneração precisa ser diferenciada. Além das atribuições que possui, agora é responsável pelos exames para aquisição do DPVAT”, afirmou.

Questionado sobre o não cumprimento de pelo menos 30% dos serviços, Galvão justificou que foi por medo da reação da população. "Quando a gente realiza a necropsia em uns corpos e outros não causa revolta às famílias e acabamos sofrendo ameaças", disse.

Greve dos Médicos

Representantes dos médicos do Estado anunciaram que entrarão em greve a partir desta terça-feira, 25, caso a prisão de Wellington Galvão seja efetuada. Quem confirmou a informação foi o médico Luis Carlos Buarque de Gusmão, que acompanhava a movimentação na clínica.

Segundo ele, apenas os 30% dos serviços serão mantidos no Hospital Geral do Estado e unidades hospitalares de menor porte.

Prisão

A prisão foi efetuada aproximadamente às 16h30. Um agente da DEIC chegou á clínica acompanhado dos delegados Ana Luiza Nogueira e Antônio Nunes, que não quiseram falar com a imprensa.

O presidente do Sindicato foi encaminhado para a Central de Polícia, no bairro do Prado, no seu próprio carro, na acompanhia de um agente da PC e do médico legista Sidney Pinto da Silva, que deveria estar de plantão no IML e que descumpriu a determinação. O médico insiste que deve ser preso junto com Galvão.

Outros médicos legistas também já seguiram para a Central de Polícia.

Na delegacia, o deputado estadual e também presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Judson Cabral esteve no local em solidariedade ao presidente do Sinmed. "Entendemos que os trabalhos estão paralisados, mas não justifica as represálias. É um equívoco prender no lugar de negociar", disse o parlamentar.

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