Cinema no Balanço das Águas – Segunda Edição começa nesta semana

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O “Cinema no Balanço das Águas – Segunda Edição” se prepara para navegar nas águas do rio São Francisco; projeto inicia suas atividades no próximo dia 7, na Ilha do Ferro (Pão de Açúcar)

Os tutores dessa ação de arte-educativa, os artistas visuais Maria Amélia Vieira e Dalton Costa, do museu Coleção Karandash de Arte Popular e Contemporânea, arregaçam as mangas para os acertos finais da produção que, em dezembro, navegará junto com o barco Santa Maria pelas águas quentes do rio São Francisco – em Pão de Açúcar, da sede do município até o povoado Ilha do Ferro, e deste até o povoado Entremontes em Piranhas.

O projeto, que existe desde 2008, foi concebido inicialmente como “Museu no Balanço das Águas”, com duas edições em 2008 e 2010, tomando um novo formato em 2011, quando foi realizada a primeira edição do “Cinema no Balanço das Águas”. Todas essas iniciativas foram contempladas pelo edital “Programa Banco do Nordeste de Cultura/ Parceria BNDES”.

Além das oficinas de artes e das exposições que constavam das duas primeiras edições do barco Santa Rita (também chamado Barco-Museu no Balanço das Águas), o reformulado projeto de arte-educativa incorporou aulas de vídeo e cinema, fotografia e até a arte do grafiteiro paulistano Zezão, que pela primeira vez incursionou pelo sertão nordestino. Além de Zezão, a ação contou com o trabalho do fotógrafo Juarez Cavalcanti, assessorado pela francesa radicada em Recife, Dominique Berthé; do diretor de vídeo e cinema Pedro Octávio Brandão e da professora de arte, a arquiteta Rejeny Rocha.

Reforma do barco

O Cinema no Balanço das Águas/ Segunda Edição acontecerá neste próximo mês de dezembro, nos dias 7, 8 e 9 na Ilha do Ferro, e nos dias 10, 11 e 12 em Entremontes. A novidade este ano é a oficina de cinema de animação, com o diretor de curtas Ricardo Elia, da equipe de professores da Anima Escola, do Rio de Janeiro (festival Anima Mundi).

Neste momento, o barco-museu, que normalmente conduz os professores das oficinas de um povoado a outro – além de servir como espaço de exposições –, passa pelos últimos retoques na pintura. Algumas reformas foram feitas e uma nova escultura, de autoria de José de Tertulina (Ilha do Ferro), juntar-se-á a outras que compõem o visual da embarcação desde 2010: “Marinheiro”, de Resêndio (Porto Real do Colégio) e “Carranca”, do Véio (Nossa Senhora da Glória, Sergipe).

“Valdik, o piloto do barco, e sua equipe inspecionaram as ações do tempo no casco, nas laterais, na pintura”, informa Maria Amélia. Segundo ela, a primeira providência foi preencher as cicatrizes na madeira provocadas pela ação do tempo. “Os materiais são diversos, entre colas especiais, óleo de mamona, cal, tintas, esmaltes sintéticos brilhantes, lixas. O barco Museu no Balanço das Águas se prepara para mais uma empreitada cultural, com uma equipe competente e coesa e a participação de monitores e prestadores de serviços locais, como artesãos, guias, motoristas, artistas e cozinheiras, além de um publico diversificado, com crianças, jovens e adultos.”

História e cultura dos povoados Ilha do Ferro e Entremontes

As duas comunidades a serem visitadas, mais uma vez, pela embarcação rebatizada como O Museu no Balanço das Águas são localidades habitadas por artistas e artesãos que fizeram a fama do lugar.

A Ilha do Ferro em Pão de Açúcar é um povoado já conhecido dos colecionadores de arte popular em todo Brasil e também fora dele – seus artistas já participaram de eventos como a exposição "Casa Cor" em São Paulo (2001) e a mostra “Brésil, Arts Populaires”, no Grand Palais, em Paris (1987). São esculturas, cadeiras e bancos feitos de troncos de árvores e raízes – arte utilitária e decorativa inspirada na natureza e em lendas da região, criando híbridos de homens e animais. É de lá também o famoso bordado ‘boa noite’, único no Brasil, reminiscência da colonização portuguesa.
O povoado Entremontes, em Piranhas, é notável especialmente por suas bordadeiras. O município ficou conhecido também por ter feito parte da rota do cangaço. Mortos em 1938, na fazenda Angico, do outro lado do rio, em Sergipe, os cangaceiros tiveram suas cabeças decepadas e expostas na escadaria da igreja de Piranhas… Em 1858, D. Pedro II empreendeu seu histórico passeio pelo São Francisco, alavancando assim a navegação e o comércio no município. Em Piranhas foi rodado o filme clássico nacional “Bye Bye Brasil” e a produção pernambucana de 1997, "Baile Perfumado".
“Na última semana, levamos à Ilha do Ferro e a Entremontes e seus entornos, cartazes de divulgação do evento. Checamos os nomes, credenciamos participantes, conversamos com os moradores, pedimos licença para navegar, para atracar, para chegar”, disse a coordenadora do projeto que tem o apoio local das duas prefeituras municipais, além do Sebrae-AL, do Sesc-AL, do Misa (Museu da Imagem e do Som, que fez a doação de filmes clássicos nacionais para serem exibidos durante três meses nos dois povoados) e da galeria Karandash.

Oficinas e vagas

A edição 2012 dispõe de 24 vagas para as oficinas de Fotografia (para um público entre 16 e 45 anos); de 24 vagas para as oficinas de Cinema (idade entre 16 e 29 anos) e mais 30 vagas para as oficinas de Animação (de 13 a 20 anos, com duas vagas especiais para professores e produtores de arte-educação).

Há ainda as oficinas de arte, com técnicas de desenho, pintura e escultura, destinadas às crianças e pré-adolescentes até 15 anos – essas terão uma média de 100 participantes. “Os adultos idosos também participarão do projeto, assistindo aos filmes e documentários, juntamente com todos os participantes”, avisa Maria Amélia.

A equipe de professores este ano é formada por Juarez Cavalcanti (fotografia), Pedro Octávio Brandão (cinema), Rejeny Rocha (artes), Maria Amélia Vieira (artes), além de Ricardo Elia, da oficina de stop motion (a técnica que permite o filme de animação). Além destes, outros profissionais participam do projeto, como o diretor de cinema Glauber Xavier; o artista visual e parceiro de Maria Amélia, Dalton Costa; o desenhista Jorge Santos; o instrutor de artes Ricardo Lima; o fotógrafo Pablo de Luca; o designer gráfico Daniel Macedo; o diretor do Museu Casa do Velho Chico (PE), Antônio Jackson Borges Lima; o assistente de arte Eduardo Faustino e o assistente de produção Elson Madureira.

“Um projeto desse nível movimenta mais de 80 pessoas para que seja possível desenvolver algo interessante, algo que fique amorosamente nas vidas de quem oferece e de quem recebe. Quem oferece? Quem recebe? Nós recebemos muito”, finaliza a mentora desse já tornado imprescindível “Cinema no Balanço das Águas”.

Fonte: Assessoria

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