Depois de cinco dias, chegou ao fim na tarde desta quarta-feira a espera das famílias pela liberação dos cinco militares de unidades do Exército no Vale do Paraíba feridos durante o terremoto do Haiti e que estavam em quarentena no Hospital Militar em São Paulo. O grupo chegou por volta das 18h no 5º Batalhão de Infantaria Leve (BIL) de Lorena em um ônibus do Exército. Receberam alta o capitão Renan Rodrigues de Oliveira, do 6º BIL de Caçapava, e os cabos Adriano de Barros Cavalcante, Luis Paulo das Chagas Lima, Carlos Michael Pimentel de Almeida e o soldado Wellington Soares Magalhães, do 5º BIL.
Alguns familiares esperavam no local desde as 17h, como Carlos José de Almeida e Maria Cristina Pimentel de Almeida, pais do cabo Michael e que moram em Cachoeira Paulista. "Antes disso tudo acontecer, a gente ia fazer uma festa para a chegada dele, mas agora não tem como. Cancelei até o jogo de futebol que a gente tinha marcado", disse o pai do militar, que estava ansioso pela chegada do ônibus.
Maria Cristina disse que está aliviada com o retorno do filho e que respeita uma eventual decisão dele em retornar futuramente ao país caribenho para uma nova missão, apesar de não ser isso o que ela quer. "Se ele quiser ir de novo, a gente não fala nada. É uma decisão dele."
Ao lado dos pais, o cabo Michael conversou com os colegas e deu detalhes sobre o terremoto. Ele estava dormindo, no intervalo do serviço, no Ponto Forte 22, localizado no centro de Porto Príncipe, quando o terremoto atingiu o país. Michael chegou a pensar que o local estava sendo bombardeado.
O comando do 5º BIL não permitiu aos militares concederem entrevistas ontem após a chegada. O ônibus com os cinco militares feridos foi deslocado diretamente para o interior da unidade, onde eles foram recebidos pelos familiares e pelo comandante, tenente-coronel Márcio Santos e Silva.
Com a alta recebida do hospital, os cinco militares terão direito a 15 dias de licença e, em seguida, entrarão em férias. Os quatro militares do 5º BIL deverão estar presentes à cerimônia fúnebre que será realizada na sexta-feira em Lorena em homenagem aos dez mortos do batalhão.
