MPs realizam ato público contra ‘Lei da Mordaça’

Ascom MPFIntegrantes dos MPs em Alagoas realizam ato de repúdio contra Lei da Mordaça

Integrantes dos MPs em Alagoas realizam ato de repúdio contra Lei da Mordaça

Representantes do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público Estadual (MPE) se reuniram na manhã desta terça-feira, 6, na sede do MPF, em Maceió. O ato de repúdio acontece simultanemanete em todo o país e questiona a aprovação do Projeto de Lei nº 267/2007, de autoria do ex-deputado federal Paulo Maluf, que prevê sanções aos autores de ações civis públicas, populares e de improbidade promovidas contra agentes públicos quando o ajuizamento tiver sido temerário, de má fé, visando promoção pessoal ou perseguição política.

O projeto de lei, denominado de ‘Lei da Mordaça, não atinge apenas o Ministério Público, mas a imprensa e o cidadão comum, segundo avaliação de integrantes do MP. De acordo com o procurador Bruno Baiochi, “o projeto prejudica não só o trabalho dos MPs, como o da imprensa. Como o cidadão comum não terá medo de se apresentar ao MP para denunciar agentes públicos. Essa lei é prejudicial”, avalia Baiochi.

Já o Procurador-Geral de Justiça Substituto, e diretor da Escola Superior do Ministério Público, foi além e fez duras críticas ao autor do projeto de lei. Segundo Sérgio Jucá, o projeto é “famigerado e de autoria, pasmem, de Paulo Salin Maluf, delinquente multirreincidente”. E complementa, “esse projeto tenta interferir no trabalho do Ministério Público”.

A associação também contou com a presença da representante da Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal), Adilza Freitas, classificou o projeto de lei como imoral, vergonhosa, antidemocrática e inconstitucional.

Na prática, o projeto de lei prevê a criação de uma corregedoria fora do Ministério Público. MP, aliás, que esteve à frente das principais investigações envolvendo políticos e denúncias de improbidade administrativa, entre eles o próprio Paulo Maluf – que recente entrou para a lista de procurados da Interpol – e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), que se diz perseguido pela entidade.

Em defesa da atuação do MP, os integrantes afirmam que o mesmo já possui corregedoria, inclusive com a participação de membros da sociedade civil e que os excessos já são passíveis de punição.

A bancada federal de Alagoas já teria se mostrado favorável à aprovação da Lei da Mordaça. Os integrantes do MP, no entanto, acreditam que a minoria no congresso deve adotar o mesmo posicionamento.

O Conselho Nacional do Ministério Público também expediu hoje Nota Técnica em que se manifesta contrário à aprovação da chamada “Lei Maluf”. A Nota Técnica será entregue hoje, às 11h30, pessoalmente por todos os 14 conselheiros, inclusive o presidente, Roberto Gurgel, ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer.

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