Servidores em greve e policiais entram em confronto na ALE

Vanessa Alencar/Alagoas24horasALE: Portas fechadas e faixa anunciando greve

ALE: Portas fechadas e faixa anunciando greve

Os ânimos entre servidores grevistas do Poder Legislativo de Alagoas e os policiais militares que fazem a segurança da Casa se acirraram na tarde desta terça-feira, 4, durante protesto dos funcionários na porta da Assembleia Legislativa de Alagoas.

Os servidores tentavam impedir a entrada dos funcionários que não aderiram à greve e os policiais, cumprindo determinação da Mesa Diretora, usaram a força para tentar garantir o acesso ao prédio. Segundo denúncia dos servidores, houve agressões verbais e até tapas e empurrões entre polícia e grevistas.

O impasse fez com que a sessão ordinária de hoje não fosse realizada devido a ausência de funcionários no plenário, o que adiou mais uma vez a votação da PEC que modifica o artigo 44 da Constituição de Alagoas, que trata do prazo para realização de licitações pelo Poder Executivo.

“Entendemos a importância da votação da PEC, pedimos desculpas ao governo e a sociedade, mas os trabalhadores não podem mais ser prejudicados. A Mesa Diretora usou a força para agredir os trabalhadores e vários servidores passaram mal", desabafou Ernandi Malta, presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (SSPLAL).

Ele disse ainda que o sindicato irá pedir o afastamento de um sargento que, pela segunda vez desde que a greve teve início no mês passado, agrediu e ameaçou funcionários. Malta também contou que as duas reuniões realizadas ontem e hoje entre a Mesa Diretora e representantes do sindicato não avançaram. “A greve continua até que haja um entendimento”.

Segundo os grevistas, a implantação do Plano de Cargos e Carreiras na semana passada não foi feita corretamente e também não foram pagos os retroativos dos quinquênios referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março, sem contar com os cortes de anuênios e funções gratificadas, o que fez com que inúmeros servidores tivessem perdas salariais com o plano.

Espetáculo lamentável

Vários deputados, entre eles Judson Cabral, Rui Palmeira, Paulão e Antônio Albuquerque prestaram solidariedade aos trabalhadores no local. “Policiais e servidores são trabalhadores e o confronto é desnecessário e deprimente, só aconteceu na ditadura. Não quero assistir esse espetáculo lamentável”, disse Albuquerque, pedindo uma solução pacífica para a questão.

“Sei que houve a tramitação do PCC e na hora da aplicação houve desencontros no cumprimento do acordo”, disse o parlamentar ao ser perguntado sobre o que aconteceu durante a aplicação do plano.

O presidente da Casa, deputado Fernando Toledo, disse que os servidores eram baderneiros e acusou a greve de ter motivação política. “O PCC foi implantado, mas alguns casos serão estudados. Todos os equívocos foram pontuais e estão sendo analisados. Também estamos estudando a implantação dos quinquênios”, disse, afirmando que irá recorrer a Procuradoria da Casa e pode tomar medidas judiciais contra a ‘truculência dos servidores’.

Toledo afirmou que só volta a discutir com os servidores quando a ‘baderna’ for encerrada e houver respeito.

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