Dunga procura refúgio após decepção na Copa

Assim que o árbitro japonês Yuichi Nishimura apitou o fim do jogo na vitória holandesa sobre os seus comandados, que culminou com a eliminação do Brasil na Copa do Mundo da África do Sul, Dunga deve ter pensado em sua cidade de residência: Porto Alegre. Após 68 jogos (contando a Seleção Olímpica), sendo 49 vitórias, 12 empates e sete derrotas, um período de praticamente quatro anos, o técnico buscou refúgio junto a sua família em um residencial no bairro Jardim Verde, zona sul da capital gaúcha.

O cargo de técnico de futebol, em especial da Seleção Brasileira, exige muito equilíbrio. É preciso lidar com a pressão da crítica, além de conciliar os interesses de jogadores e cartolas. O desgaste é inevitável, e Dunga procurou recarregar as baterias desde o último domingo, quando desembarcou no Aeroporto Salgado Filho cercado por muitos torcedores que fizeram questão de cumprimentar o técnico pelo trabalho realizado.

No mesmo dia, a publicitária Karen Wallenhaupt também chegou a Porto Alegre, vinda de Cruz Alta, cidade do interior do Estado, para passar as férias na casa da irmã, vizinha do técnico.

Karen comentou que no trajeto do aeroporto ela percebeu que em muitas casas era possível ver cartazes com mensagens de apoio a Dunga.

"Ele mostrou que é uma pessoa de personalidade, sempre demonstrando que sabia o que estava enfrentando. Muitos se identificam com isso", comenta ao mesmo tempo em que registra uma foto em seu telefone celular da casa azul, de esquina, da família Verri.

Vigilantes do residencial acostumados com o assédio, principalmente da imprensa, não falavam muito sobre a rotina do técnico. Eles afirmaram que desde a sua chegada, alguns veículos, principalmente da mídia televisiva, já rondaram a casa de Dunga. Alheios ao fato de que o Brasil decepcionou em sua segunda Copa consecutiva, eles afirmaram que o melhor do torneio foi a eliminação da Argentina e a cara de decepção de Diego Maradona.

Com a tranqüilidade do bairro e a observação permanente de funcionários, um dos portões internos da casa ficou aberto durante a tarde desta terça.

Vizinhos que tem maior contato com Dunga disseram que o treinador havia sido visto saindo no início da manhã. Como seu pai passa por problemas de saúde, eles comentaram que o técnico deveria ter ido visitá-lo na sua cidade natal, Ijuí. Mas, perto das 17h30, o técnico foi visto pela reportagem do Terra entrando com sua caminhonete no pátio de casa.

Dunga é conhecido por ser uma pessoa reservada e os vizinhos preferem manter a discrição. Apesar disso, comentam que ele para e conversa em algumas ocasiões, mas que prefere ficar sossegado e manter a privacidade.

Pouco antes de chegar em casa, Dunga aproveitou para abastecer sua caminhonete da marca Mercedes-Benz no Posto Cavalhada, por volta das 16h30. No local, foi atendido pelo frentista Alisson Sanhudo.

Simpático e atencioso, o rapaz afirmou que o técnico gastou R$ 120 de gasolina aditivada. "Ele apenas cumprimentou como sempre faz. Já tinha conversado com ele outra vez", disse Alisson ao sinalizar que Dunga estava com a característica expressão sisuda.

Ao lado do posto fica o supermercado Zaffari, onde Dunga é cliente e comparece esporadicamente. Segundo funcionários, o técnico ainda não apareceu no local para fazer as compras.

Além disso, eles afirmaram que normalmente é a mulher do treinador que o faz. Para um deles, a sua passagem no comando da Seleção foi importante para resgatar a valorização que um jogador tem ao representar o País. Além disso, os métodos aplicados ajudaram a preparar a reformulação da equipe para 2014.

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