Após Copa, prejuízos ultrapassam R$ 2 bilhões

A Copa do Mundo acabou com a vitória da Espanha sobre a Holanda no último domingo (11). Mas uma parcela da população ainda irá conviver com uma lembrança negativa do mundial. Pequenos, médios e grandes empresários estimam que a economia em geral tenha perdido mais de R$ 2 bilhões no breve período em que a camisa verde-amarela esteve nos gramados da África do Sul. Antes mesmo de a bola rolar, 59% dos comerciantes da região Sudeste procurados pelo Serasa Experian afirmaram que os jogos atrapalhariam as vendas.

O fato foi confirmado pela queda de 90% nas consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) em comparação com a sexta-feira anterior. Isso mostra o quanto o comércio parou para ver o Brasil jogar.

O problema é que não foram apenas as lojas que fecharam. Indústrias, escritórios e profissionais liberais também ligaram a televisão ou o rádio e fizeram o Brasil perder cerca de R$ 2 bilhões, segundo um levantamento feito pela consultoria suíça IMD. O fator bola é tão gigantesco que o pesquisador Willem Smit calcula um prejuízo devastador para qualquer economia caso os jogos fossem sintonizados por todos os países. – Se todos os 32 países que participaram da Copa parassem para ver os dois primeiros jogos de suas seleções, as perdas chegariam a R$ 35 bilhões.

A FGV (Fundação Getulio Vargas) foi a campo para verificar como ficou o comércio após a eliminação. A constatação é de que o Brasil teve um prejuízo de R$ 85 milhões em produtos como bandeiras, camisas e vuvuzelas que não foram vendidas a partir da eliminação nas quartas-de-final pela Holanda.

Apenas o Estado de São Paulo viu R$ 36 milhões serem enrolados e colocados em caixas nos depósitos por comerciantes da rua 25 de Março, do Brás e do Bom Retiro, os grandes centros do comércio popular paulistano. O professor de marketing de varejo da FGV e diretor da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Daniel Plá, explica que, caso o Brasil ganhasse, até mesmo por todo o otimismo que girava em torno da população por conta da queda de seleções tradicionais logo no início da Copa, o comércio como um todo ganharia muito dinheiro. – O problema é que futebol não é uma ciência exata. Agora, eles vão guardar a mercadoria até 2014 ou então serão obrigados a vender por abaixo da metade do custo. É um prejuízo muito grande, principalmente para os pequenos comerciantes. Prejuízo ainda maior Mesmo com a verificação das perdas, a economia poderia ter tido um prejuízo ainda maior.

O referido levantamento da FGV estima que, caso o Brasil fosse até a final da Copa, as perdas com vendas irrecuperáveis seriam de impressionantes R$ 3,5 bilhões. Essas vendas são aquelas feitas por restaurantes, bares e até mesmo as registradas como compras por impulso. – O consumo após uma vitória da seleção é um consumo alegre, de impulso, de passar em frente a uma vitrine com um sorriso e comprar pela felicidade que está se sentindo. Essa compra, ao contrário de uma pessoa que deixa de adquirir uma geladeira na hora do jogo para comprar no dia seguinte, é irrecuperável. Para a Copa de 2014, ainda de acordo com o professor Daniel Plá, tudo isso pode ser multiplicado por três. Tanto para o lado positivo quanto para o negativo. – No caso de vitória, teremos um registro de perdas muito grande por conta da paralisação na produção e nas vendas num primeiro momento.

Mas o que virá depois, pelos meses seguintes, será um efeito mágico. Virá um boom de investimento difícil de ser calculado ainda. O problema é que o contrário também pode acontecer e termos um cenário desastroso. É bom ressaltar que esses valores são apenas um cálculo. Mas se depender deles, pelo menos em termos econômicos, o próximo técnico da seleção pode ir se acostumando com as cobranças da indústria e do comércio.

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