Fim da ocupação do aeroporto de Penedo

Fernando Vinícius (arquivo aquiacontece.com.br)Posseiros devem desocupar terrenos do entorno do aeroporto

Posseiros devem desocupar terrenos do entorno do aeroporto

Os posseiros que ocupam terras situadas no entorno do aeroporto Freitas Melro, situado em Penedo, tem até o dia 13 de agosto para deixar o local. A data consta no mandado de intimação e reintegração de posse assinado pela juíza federal substituta Cíntia Menezes Brunetta, documento que já chegou às mãos dos réus citados no documento.

Setenta e uma pessoas estão relacionadas na decisão datada de 31 de maio de 2010 que informa que “a posse é irregular e ilegal” da área que pertence ao Ministério da Aeronáutica. O mandado acrescenta ainda que, em caso de desobediência ou resistência à ordem de desocupação, deve “se fazer uso de força regular que se fizer necessária”, ou seja, a polícia será acionada.

A reportagem da rádio Penedo FM (97,3 Mhz) ouviu algumas das pessoas citadas no mandado na manhã desta quinta-feira, 15, entre elas Maria Rosa Catum Moreira. Questionada pelo repórter Luiz Carlos sobre o posicionamento da prefeitura de Penedo – responsável pela administração do aeroporto, conforme convênio ainda em vigor com o governo federal –, a entrevistada lamentou a ausência de medidas práticas após reunião realizada em 2009 com o ex-prefeito Alexandre Toledo (PSDB).

“Disseram que iam fazer casas para gente, mas nunca apareceu ninguém”

“Disseram que iam fazer umas casas pra gente, mas nunca apareceu ninguém para mostrar as terras, nunca apareceu ninguém para dizer se iam construir as casas ou não. A reunião houve sim, mas depois não apareceu mais ninguém para dizer para onde a gente ia, o que foi dito lá, lá ficou. Eu não tenho para onde ir com a minha família, um sonho de muito trabalho construído com o meu suor, do meu marido e dos meus filhos”, afirmou Rosa Catum, há 25 anos morando e trabalhando no local onde foram erguidas moradia para cada um de seus cinco filhos.

Rosa Catum disse que foi indenizada, pela lavoura, quando da reforma realizada no aeroporto em 2002, quando a estrutura de recepção e a pista receberam investimentos por conta da realização do Mercovale (encontro de negócios promovido pela Codevasf, órgão do governo federal com superintendência regional em Penedo). Como a reocupação do entorno do campo de pouso não foi coibida pela prefeitura, à época administrada por Alexandre Toledo, a irregularidade voltou a acontecer.

Posseira apela para a divina providência

Para a posseira Marizete, 14 anos morando e trabalhando no local, resta apelar para a divina providência. “Tem que se pegar com Deus, que Ele vai livrar a gente porque na rua eu não posso ficar com meus filhos, a gente come daqui”, declarou ao repórter Luiz Carlos a agricultora que planta feijão e mandioca para sobreviver. Ainda durante a reportagem, o posseiro Genildo Caetano fez uma intervenção por telefone, informando que havia encaminhado, por meio de advogado, um agravo à justiça federal.

“Hoje mesmo eu falei com ele (o advogado) que também está sem entender como é que o mandado já saiu sem antes ter o resultado do agravo”, declarou Genildo Caetano, acrescentando que ouviu do atual presidente de Câmara de Vereadores de Penedo, Josué da Silva Marques, o Bili Marques (parlamentar com quatro mandatos consecutivos) que a prefeitura teria recebido recurso para indenização das lavouras, verba que não foi empregada para o fim destinado.

por Fernando Vinícius – aquiacontece.com.br

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