Famílias desocupam casas após reintegração de posse
A manhã foi de tensão e muita expectativa entre as cerca de 100 famílias que invadiram as residências do Conjunto Santa Maria, localizado na antiga Favela de Lona do Conjunto Eustáquio Gomes. As residências haviam sido invadidas há cerca de três meses e após vários adiamentos oficiais de justiça, com o apoio da Polícia Militar, cumpriram a ordem de reintegração.
Durante toda a manhã, o clima foi de muita tensão. Alguns moradores resistiam à saída alegando que não tinham para onde ir, uma vez que os barracos na orla lagunar, lugar de origem da maioria das famílias invasoras, haviam sido destruídos. Os invasores exigiram uma área para serem transferidos e alegavam estar cadastrados para receber casas.
A negociação para desocupação foi comandada pelo Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, junto aos líderes comunitários. Alguns moradores, conscientes do cumprimento da ordem judicial colocaram os objetos pessoais na porta de casa à espera de transporte para a mudança, o que foi providenciado posteriormente.
Alguns moradores mais exaltados chegaram a acusar o poder público de abandono. Uma mulher grávida, aparentemente com crises convulsivas, precisou de atendimento médico, mas foi posteriormente liberada.
No começo da tarde, após mais de seis horas da presença do forte aparato policial no local – que envolveu cavalaria, batalhões de área e batalhão de operações policiais (Bope) – os oficiais de Justiça começaram a entregar as determinações e a exigir a desocupação dos imóveis.
Os invasores ainda ameaçaram bloquear a BR 104, mas foram demovidos da ideia após a negociação de madeira junto ao Ibama para a construção de barracas na orla lagunar. O Conjunto Santa Maria possui 821 casas e integra o projeto de reurbanização da orla lagunar.
