PSOL discute situação de Ricardo Barbosa na noite de hoje

Na noite desta quinta-feira, dia 03, o diretório municipal do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) reúne seus 15 membros da diretoria para decidir o futuro do vereador por Maceió, Ricardo Barbosa (PSOL).

Os dirigentes votarão se Barbosa será afastado da legenda e – consequentemente – da presidência municipal da agremiação. De acordo com um dos membros do partido, o afastamento pode acelerar o processo que Ricardo Barbosa já responde na Comissão de Ética nacional do PSOL.

A Comissão de Ética deve vir a Alagoas nos próximos dias para discutir a situação de Ricardo Barbosa, podendo inclusive culminar na expulsão do edil. Entretanto, Barbosa afirma que ele mesmo pediu que a comissão o investigasse. O vereador do PSOL afirma que sempre agiu dentro do que dita o estatuto da agremiação, conforme sua história “combativa e de luta de esquerda”.

Na Comissão de Ética, são questionadas diversas condutas como o voto em Galba Novaes (PRB) para presidir a Câmara Municipal de Maceió, já que Novaes representa uma corrente ideológica divergente, além de ter sido o líder do prefeito Cícero Almeida (PP) na Casa de Mário Guimarães. Em Maceió, o PSOL é oposição a atual administração municipal.

Além deste fato, é questionado o recebimento de verbas indenizatórias por parte do vereador do PSOL, uma vez que o partido teria deliberado que as verbas não fossem pegas. Heloísa Helena – a outra vereadora pelo partido – denunciou que as verbas pagas pela Câmara eram irregularidades. Ela não recebe.

Dentro do PSOL, o clima é de tensão, inclusive com trocas de “emails” com acusações de ambas as partes, tanto dos defensores de Ricardo Barbosa, quanto dos que afirmam que o vereador cometeu irregularidades. Muitos dos “erros” que supostamente foram cometidos pelo vereador estão associados – conforme alguns emails trocados entre membros do partido – ao uso da verba de gabinete.

Ricardo Barbosa nega qualquer tipo de irregularidade. Ele destaca que tem sido vítima de um processo antigo no partido, que passam inclusive por divergências nas eleições enfrentadas em 2006, 2008 e 2010, quando a agremiação teria priorizado a eleição de Heloísa Helena (PSOL) para o Senado Federal. De acordo com o que apurou nossa equipe de reportagem, o dois vereadores do PSOL na Câmara de Maceió não mantém mais uma “boa relação”.

Em relação à reunião da noite de hoje, que determina apenas um afastamento temporário, alguns dirigentes contabilizam que dos 15 votos, oito já serão contrários ao vereador Ricardo Barbosa. O vereador do PSOL afirmar que nem chegou a tomar conhecimento – mesmo sendo presidente da agremiação municipal – de algumas reuniões que visam decidir o seu destino.

Em meio à crise interna, um dos mais recentes atos de Ricardo Barbosa foi provocar o Diretório Regional do partido, que é presidido por Mário Agra, que recentemente foi candidato ao governo do Estado de Alagoas. Agra recebeu dois documentos encaminhados por Ricardo Barbosa por via judicial. “Agra recebeu os documentos através de oficial de Justiça”, destacou a assessoria de imprensa do vereador.

A expectativa é de uma reunião de diretório tensa. Em nota, Ricardo Barbosa solicita esclarecimentos sobre reuniões ocorridas sem a sua presença. Questiona Barbosa: “se destas reuniões, ou reunião, foram lavradas as devidas Atas com a respectiva relação dos membros presentes; se a reunião que ocorreria, ou ocorrerá, “até” a próxima quinta feira (03/03/2011) é do Diretório Regional ou do Diretório Municipal e, em sendo do Diretório Municipal, como sendo seu Presidente e assumindo que NÃO A ESTOU CONVOCANDO, se a convocação está sendo feita pela maioria de já referida instância partidária; se, no que pertine às declarações divulgadas no Blog do jornalista Odilon Rios, no site “alagoas24horas.com.br”, no dia 28 de Fevereiro do corrente ano, são, como divulgadas na matéria, de responsabilidade de Vossa Senhoria ou de alguma instância partidária, seja municipal, estadual ou nacional”.

Contra Ricardo Barbosa, ainda pesa o fato de ele ter ajudado a “sepultar” a Comissão Especial de Investigação da “máfia do lixo”, ao entregar o requerimento – de sua própria autoria – a Mesa Diretora presidida por Galba Novaes (PRB) para que este fosse posto em votação. Barbosa teria se negado – conforme informações de bastidores – a entregar o requerimento para ser assinado por Berg Holanda (PR) e Silvânia Barbosa (PTdoB) para que se chegasse às sete assinaturas necessárias para a instalação da comissão.

Barbosa nega qualquer acordo seja com vereadores da base governista, ou com o próprio prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP). Ele diz que não sustentaria o requerimento que estava sendo usado como barganha por alguns edis e que o entregou para acabar com a “galinha dos ovos de ouro” de alguns vereadores que estariam extorquindo o prefeito. Este não é o entendimento de alguns dos membros do PSOL que defendem a suspensão de Ricardo Barbosa.

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