Perspectiva de consumo aumenta junto com inadimplência

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), que a CNC divulgou nesta terça-feira (22/3), revela que o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas voltou a subir em março, após quatro meses consecutivos em queda. O indicador se elevou 0,7 ponto percentual, para 8,4%, ante fevereiro, de acordo com o levantamento mensal da Divisão Econômica. Para os economistas da entidade, isso pode indicar um aumento, ainda que moderado, da inadimplência nos próximos meses. Na comparação anual, contudo, ainda se observa melhora no indicador (8,7% em março de 2010).

Em relação às famílias que admitiram dívidas, houve ligeiro recuo, chegando a 64,8%. As responsáveis por esse resultado foram as famílias com renda inferior a 10 salários mínimos. Nesse grupo, recuou de 67,2% em fevereiro para 66,5% neste mês o índice das que declararam possuir dívida. No mesmo período, o percentual de endividados entre famílias com renda superior a 10 salários aumentou de 54% para 55%.Para o chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, “o aumento do custo de vida juntamente com a confiança elevada em relação à sua capacidade de pagamento explica um maior nível de endividamento na comparação com o ano passado”. A PEIC mostrou ainda que, para 71,6% das famílias endividadas, o cartão de crédito é o principal tipo de dívida. Seguem-se os carnês (21,9%) e o financiamento do carro (10,6%).

Faça o download das duas pesquisas na Central do Conhecimento do novo portal da CNC.

Já a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que visa antecipar o potencial das vendas do comércio, mostra que, após pequena alta de 0,7% em fevereiro (expansão de 2,8% no primeiro mês do ano), em março, a intenção de consumo voltou a registrar crescimento moderado. Na perspectiva dos técnicos da CNC, o varejo vai crescer 6,8% em 2011. Embora positivo, o indicador ficará muito longe do recorde de 10,9% registrado em 2010.

Em relação ao mercado de trabalho, o levantamento mostrou que 65,2% das famílias avaliam de forma positiva as perspectivas profissionais para os próximos seis meses. Conforme a ICF, a alta de 5,2% do indicador foi puxada pela melhor avaliação das famílias com renda de até 10 salários mínimos. As famílias mais ricas, porém, têm expectativa negativa no médio prazo.

Quanto à renda atual, a pesquisa revela satisfação das famílias com sua situação neste momento, o que, na avaliação dos economistas, condiz com as persistentes pressões inflacionárias. O subitem renda atual da ICF é o que apresenta o segundo pior desempenho no ano, com alta de 1,1% ante o primeiro trimestre de 2010.

Fonte: Fabiana Silva/Fecomércio

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