A presidenta Dilma Rousseff conhecerá nesta quarta-feira (22) o modelo de acolhimento a dependentes químicos realizado em Alagoas pela Secretaria de Estado da Promoção da Paz (Sepaz). A apresentação será feita pelo secretário Jardel Aderico, em uma reunião no Palácio do Planalto, às 15h, que contará com a presença dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Eduardo Cardozo (Justiça), além de representantes do Poder Executivo e entidades de alguns Estados do país envolvidos nesse processo.
Segundo Jardel Aderico, o encontro foi solicitado pela própria presidenta, que mostrou-se interessada em conhecer o método implantado no Estado, por meio do projeto Acolhe Alagoas, após ouvir relatos de parlamentares, ministros e profissionais de órgãos do governo Federal sobre os resultados da experiência, considerada modelo nacional na recuperação de dependentes.
“O governo de Alagoas é o único da Federação que implantou uma política de Estado efetiva voltada para o acolhimento de dependentes e de prevenção social ao crime. Só aqui, o governo é responsável por toda a rede, desde o controle de vagas, até o gerenciamento dos recursos. Os resultados disso nos credita a exercer um papel de grandes colaboradores na construção de uma política nacional, no que diz respeito à recuperação de dependentes”, explica o secretário, que também citou o estado de Minas Gerais como um dos principais aliados na construção de uma grande rede de acolhimento.
Ele ainda falou que esse reconhecimento foi alcançado graças ao esforço do governador Teotonio Vilela Filho que, segundo o secretário, tomou uma atitude ousada quando se tornou o primeiro governador no país a ter o entendimento de investir no acolhimento dos dependentes, tratando como um ação de governo que envolve boa parte das secretarias como as de Saúde, Defesa Social, Trabalho, entre outras.
“O governador e todos os alagoanos têm orgulho de perceber que o trabalho da Sepaz passou a ser uma referência em todo o país. Em pouco mais de um ano e meio, nossos esforços tiraram o projeto do papel e foram refletidos numa experiência extremamente exitosa, passando a ser um espelho para o Brasil”, destaca.
Ministro da Saúde aposta no modelo
Nesta segunda-feira (20), o projeto Acolhe Alagoas ganhou reconhecimento de mais um importante parceiro. Durante reunião em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pode tomar ciência, de maneira detalhada, do trabalho feito em Alagoas. De imediato, o ministro demonstrou interesse em usar o modelo como um ponto de partida para a criação de uma grande rede de acolhimento em todo o Brasil.
Segundo o ministro, é necessário que – assim como já é feito em Alagoas – o Estado seja o principal responsável pela gestão de seus centros de acolhimento, mas que também seja estabelecida uma relação com a esfera municipal e a sociedade civil. Padilha explica que a meta, com a criação de uma grande rede para acolher dependentes, é envolver cerca de 4 mil comunidades no país, chegando a atender, aproximadamente, 120 mil usuários de drogas.
A reunião foi articulada e acompanhada pelos deputados federais Givaldo Carimbão (PSB/AL) e Reginaldo Lopes (PT/MG), que fazem parte da Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas da Câmara do Federal, responsável pela criação de políticas públicas de enfrentamento ao crack e outras drogas.
Segundo o relator da Comissão, Givaldo Carimbão, o principal objetivo destas inciativas é extrair o que existe de melhor das experiências em cada Estado, para que sirvam como subsídios na elaboração de estudos e projetos de enfrentamento do crack e outras drogas ilícitas.
O deputado também destacou o trabalho do governador Teotonio Vilela Filho, que criou uma Secretaria de Estado voltada para a recuperação de dependentes químicos. "É muito importante que Alagoas possa servir de exemplo para outros Estados. O trabalho feito pelo governo do Estado vai dar um norte para a criação daquilo que é considerado o ideal para enfrentar esse problema", afirma.
Sobre o modelo adotado pelo governo de Alagoas, o presidente da Comissão Especial, Reginaldo Lopes, acredita ser o principal exemplo da necessidade de fortalecer a rede de atendimento aos usuários de drogas no país. “É uma compreensão geral de todos os parlamentares da Comissão. Apostar na recuperação de dependentes nas comunidades acolhedoras é uma medida que oferece o retorno esperado”, explica o deputado.
