Índios protestam contra usinas nucleares
Índios da aldeia Tingui-Botó, localizada na Serra do Cachimbo, município de Feira Grande, Agreste alagoano, manifestaram sua posição contrária à instalação de usinas nucleares em municípios banhados pelo rio São Francisco. A possibilidade existe, inclusive com a realização de estudos para definir o local do projeto de geração de energia. Os governos de Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco já manifestaram interesse em ter a usina.
O protesto ocorreu nesta sexta-feira, 08, quando os tingui-botós dançaram o toré, tradição ritualística dos povos indígenas, durante a abertura dos trabalhos da 19ª Reunião Plenária do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) que acontece em Petrolina, cidade pernambucana distante 721 km da capital, Recife.
De acordo com o índio Erianaê, cacique da tribo, os povos indígenas que margeiam o rio São Francisco, são contrários à implantação de usinas nucleares e a toda ação que prejudique a vida dos ribeirinhos.
“Nossa dança traz o nosso grito de revolta pela degradação provocada pelo homem. Que as decisões dessa plenária objetive a melhoria da qualidade de vida do nosso povo e não seja somente apenas mais um encontro para lamentar os desmandos dos governos”, declarou o cacique Erianaê.
Durante todo o dia, os membros do CBHSF estarão reunidos no auditório da Escola Profissionalizante do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para deliberar questões importantes que atingem diretamente as comunidades ribeirinhas e populações que dependem das águas do "Rio da Unidade Nacional". No final dos trabalhos, os participantes da plenária também devem definir a data e o local da próxima plenária.
