O evangelho de Cícero Almeida, segundo o PPS

Outrora um safoneiro com ares populistas- herança dos tempos de Getúlio Vargas ou das caspas nos ombros (ilustrando o trabalhador brasileiro) de Jânio Quadros, o prefeito Cícero Almeida (PP) enfrenta tempos difíceis à frente da administração pública.

Acuado por denúncias de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro nacional e improbidade administrativa- que podem lhe render o encerramento do mandato e uma passagem pela cadeia- Almeida é alvo agora de uma das investidas mais pesadas na política local: a do PPS.

Levando em conta que o ódio de um ex-amigo é mais devastador que a ação do pior inimigo, o ex-aliado de Almeida- o presidente estadual do PPS, Régis Cavalcante- leva adiante o projeto do Palácio República dos Palmares: atacar o prefeito para atingir seus aliados- o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, e o senador Fernando Collor (PTB).

Collor é candidato em 2014 ao Senado. Disputa a vaga com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Mas, Collor precisa da ajuda de Calheiros, que precisa da ajuda de Almeida-chefe do maior eleitorado do Estado: o da capital.

O senador mais poderoso da República não tem nomes de gordura eleitoral para a disputa pela Prefeitura da capital.

Poderia ser seu filho, o deputado federal Renan, mas ele se autodescarta; poderia ser o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT)- com 56 processos e sob risco de impedimento pela lei do ficha limpa; poderia ser o presidente da Câmara, Galba Novaes (PR), ou a deputada federal Rosinha da Adefal (PT do B)- por enquanto blindados pela ofensiva palaciana.

Mas, tudo vai depender de Almeida- o popularesco prefeito que gera suas próprias crises. O chefe do Executivo municipal não tem uma bancada de aliados na Câmara que lhe projete um horizonte político; no PP, seu futuro político é incerto.

Em 2012, ele encerra seu mandato em Maceió. E terá de sobreviver dois anos longe do Executivo se for para a disputa majoritária- a de 2014- como vice de Calheiros ao Governo ou ele próprio postulante a cadeira marrom do Palácio República dos Palmares- uma alternativa descartada.

Por enquanto, Almeida é aquilo o que o PPS desenha sobre ele. Sob seu silêncio- a não ser que evocar um mandato divino seja uma resposta convincente. Não é.

Fonte: Odilon Rios/Repórter Alagoas

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