Os servidores do Poder Legislativo de Alagoas ameaçam inviabilizar os trabalhos na Casa de Tavares Bastos com a decretação de uma nova greve da categoria. Insatisfeitos com a não implantação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC), mais de cem servidores se reuniram na manhã desta quinta-feira, 20, no prédio da Assembleia Legislativa para discutir o assunto.
Em entrevista ao Alagoas24horas, o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (SSPLAL), Ernandi Malta, alega que a Mesa Diretora está descumprindo uma decisão judicial. “O presidente Fernando Toledo diz que só irá implantar o plano em janeiro de 2012, desrespeitando a determinação judicial. Nem mesmo a nivelação dos trabalhadores foi feita e, por conta disso, a insatisfação é geral”, explicou.
Segundo Ernandi, na próxima semana os servidores serão convocados para uma assembleia geral onde será votado um indicativo de greve geral por tempo indeterminado. O presidente do SSPLAL disse que, agora, caberá a Mesa Diretora se pronunciar para tentar evitar o desgaste de uma nova paralisação.
“Há muito tempo que a Mesa Diretora empurra o problema com a barriga e nós não entendemos qual é a dificuldade em implantar o nosso plano. Vamos detalhar os recursos que a Casa recebe, mostrando quanto cabe aos cargos comissionados, quanto cabe aos servidores efetivos. Vamos mostrar a sociedade o que existe de sobra no caixa da Assembleia”, afirmou Ernandi sem, no entanto, detalhar quando esses números seriam apresentados à imprensa.
Duas greves
Desde 2007, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Taturana, os funcionários da ALE já realizaram duas greves gerais. A primeira, em 2008, quando a sede do Poder Legislativo funcionava provisoriamente no prédio da Associação Comercial, no bairro do Jaraguá, e a segunda em 2010.
Nas paralisações, que tiveram direito a agressões verbais e físicas entre policiais que faziam a segurança do Poder Legislativo e grevistas, os servidores conseguiram impedir a realização de sessões ordinárias e atrasar a apreciação de projetos do governo e dos parlamentares na Casa.