Durante a plenária desta quarta-feira, 23, o deputado Ronaldo Medeiros (PT) ocupou a tribuna da Casa para denunciar o assassinato do agricultor Marcelo Brandão da Silva, ocorrido dias atrás no município de Penedo. De acordo com o relato do parlamentar, foi um crime anunciado, uma vez que a vítima, por diversas vezes, teria feito denúncias na delegacia local sobre as constantes ameaças de morte que vinha sofrendo. A motivação do crime, segundo o petista, teria sido uma disputa pela Ilha do Jegue, em Penedo, onde residem 27 famílias de posseiros.
Ainda de acordo com Ronaldo Medeiros, a suposta mandante do homicídio foi Luziene Idalino, que representa seus familiares numa ação de reintegração de posse, processo movido há 20 anos por Euclides Idalino Vasconcelos, proprietário de uma fazenda denominada Ilha das Ervas, localizada na parte continental do município. O objetivo da ação é agregar a Ilha do Jegue à referida fazenda.
“Estamos temendo pela vida dessas pessoas. Inclusive, o irmão da vítima, que é gari na cidade, já está escondido. São pessoas humildes que necessitam de segurança e proteção”, declarou Ronaldo Medeiros, acrescentando que, de acordo com os relatos que lhe chegaram, o crime foi praticado por pessoas ligadas a Luziene Idalino. Ele disse ainda que acompanha o caso há mais de 10 anos.
“O detalhe é que esse foi o terceiro atentado sofrido pela vítima, que chegou a pedir para ficar presa, pois só assim teria sua vida garantida. Mesmo assim o delegado de Penedo não tomou nenhuma providência para que este crime não acontecesse”, relatou o deputado.
Outro posseiro, de nome Francisco, também teve uma porta de vidro de sua residência alvejada em duas oportunidades, gerando grande apreensão em sua família.
“Somado a esse terror, gerado por diversas ameaças aos posseiros daquela ilha, o que está trazendo insegurança a todos é a atitude das autoridades policiais daquele município que, diante dos fatos relatados pelas vítimas, sempre alegam que nenhum desses crimes tem qualquer relação com a sra. Luziene, sem ao menos apurar os fatos”, destacou Medeiros.
