O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), Gilberto Irineu, recebeu na manhã desta quarta-feira (30) denúncia de ameaça de morte, truculência e espancamento que teriam sido praticados por uma guarnição com quatro policiais militares, no último sábado (26), contra a vendedora de ambulante Maria Cícera Bezerra Bernardino.
Maria Cícera contou que estava trabalhando no Mercado da Produção quando teria sido abordada pelos militares sob acusação de estar vendendo drogas e, em seguida, foi colocada no carro da polícia e levada a um matagal próximo ao Pontal da Barra. No local, a vendedora disse que teria sido obrigada a tirar a roupa e sofreu suposta sessão de tortura. A vendedora relatou ainda que além do provável espancamento, os militares teriam puxado seus cabelos e ainda haviam ameaçado furar seus olhos com um canivete.
“Os policiais me perguntavam onde eu tinha colocado o dinheiro da droga, mas disse que o único dinheiro que eu tinha era o do aluguel da minha casa, que não estava comigo”, disse Maria Cícera.
A vendedora contou que por não terem encontrado o dinheiro, os militares teriam tomado seu celular e ainda haviam lhe ameaçado de morte. “Eles levaram meu celular e disseram que onde me encontrasse iriam me matar e depois contaram até três e mandaram eu sair correndo sem olhar para trás”, disse.
Irineu encaminhou ofício com o termo de declarações de Maria Cícera ao Comando-Geral da Polícia Militar, solicitando instauração de procedimento administrativo e investigatório do caso. O documento também foi enviado ao Conselho Estadual de Segurança e ao Ministério Público Estadual, fazendo ciência das denúncias e pediu aos órgãos que acompanhem e adotem os procedimentos investigatórios pertinentes.
