Esta é a segunda etapa; a primeira foi em Arapiraca dia 27/11
Na manhã desta sexta-feira (9), o município de Limoeiro de Anadia foi palco de uma grande audiência pública que teve como objetivo discutir um dos assuntos mais polêmicos dos últimos meses em Alagoas: a remoção das árvores existentes às margens da rodovia AL 220. A iniciativa foi proposta pelo vereador Antônio Alves (Toinho) e contou com a presença do deputado estadual Joãozinho Pereira (PSDB),
do prefeito Marlan Ferreira, de representantes do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e da área da educação, além de vereadores (inclusive de Campo Alegre), familiares de vítimas fatais da AL 220 e da população em geral.
“Essa é a segunda etapa de uma grande discussão. O pontapé inicial foi dado em Arapiraca dia 27 de novembro, em audiência pública requerida pelo vereador Daniel Rocha. O próximo município a debater a questão será Campo Alegre, dia 16 de dezembro, a partir das 9 horas, na Câmara Municipal e, em seguida São Miguel dos Campos. Para encerrar e encontrarmos uma saída uma grande audiência pública
vai acontecer na Casa de Tavares Bastos entre janeiro e fevereiro do próximo ano”, informou Joãozinho Pereira.
De acordo com o prefeito Marlan Ferreira, a remoção das árvores poderá evitar que novas vidas sejam ceifadas na rodovia. “Eu era contra a retirada das árvores, mas depois de eu me debruçar nas estatísticas e nos problemas que elas vêm causando hoje sou um defensor dessa retirada, desde que sejam replantadas três espécies a cada árvore removida. O que devemos preservar é a nossa vida, como ficou claro na audiência pública, que foi muito positiva. Esse é um meio importante que temos para debater os problemas que nos aflige”, considerou o prefeito”, frisou o prefeito.
Por sua vez, o deputado Joãozinho Pereira parabenizou o IMA, que enviou representante nas duas primeiras audiências e cobrou a presença do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), ausentes nas discussões. “O responsável pela remoção das árvores da AL 220 para um local adequado não é o deputado Joãozinho, não são os legislativos locais, e sim o DER e o IMA. Não podemos responder perguntas que cabem ao DER. Somos responsáveis para fazer o debate,
com a adesão da população que vem se conscientizando. Aqueles que não eram a favor da retirada estão percebendo que é fundamental porque estamos falando em 87 vítimas fatais em três anos. Quantas vidas irão embora para que as ações sejam tomadas?”, indagou o parlamentar.
Representantes da Usina Porto Rico, responsável pelo plantio das árvores há cerca de 30 anos, já confirmaram presença na audiência de Campo Alegre e que na oportunidade será apresentado levantamento com os possíveis locais sugeridos para o plantio das novas árvores. “O meio ambiente tem que ser colocado em primeiro lugar, sempre. Árvore para mim é vida. Mas onde elas foram plantadas em locais
errados, muito próximas da pista, ferindo a legislação”.
O diretor do IMA, Ricardo César, parabenizou a iniciativa e garantiu que a solicitação será analisada de forma técnica após a entrega das atas das audiências públicas. “Ao final dessas audiências, vamos analisar tecnicamente para determos uma posição final quanto à retirada ou não das árvores. Em nossa manifestação irá conter o que a população almeja. Será uma decisão técnica, mas é importante a posição da população. A legislação permite a compensação das árvores, mas
envolve um estudo técnico analisado por diretores em licenciamento, os gestores florestais”.
Durante a audiência foram transmitidas matérias veiculadas na imprensa local sobre os acidentes ocorridos na AL 220. Regineide Alcântara representou as famílias enlutadas pelos acidentes da AL 220. Após falar um pouco sobre a dor que sente após a perda de seus pais e sobrinho no dia 15 de setembro deste ano, ela convidou a todos para uma grande manifestação que vai acontecer dia 13 de janeiro, onde
irá pedir soluções para evitar os constantes acidentes no trecho que vai de Campo Alegre a São Miguel dos Campos.
