Delegada admite erro grave em investigação

A delegada Rosana da Silva Vani admitiu nesta quarta-feira que errou durante o inquérito que apurou denúncias de pedofilia em Catanduva (SP). Durante depoimento na audiência pública da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia realizada na cidade, Rosana disse ter avisado ao advogado de defesa que a polícia faria uma diligência na casa de um dos suspeitos em busca de provas que poderiam ligá-lo à suposta rede de pedofilia existente no município.

"Reconheço que foi uma falha grande", disse ela, quando questionada pelos senadores sobre críticas de testemunhas ao trabalho da Polícia Civil. "Foi uma precipitação, uma falta de análise racional."

A diligência da polícia deveria fazer a apreensão da CPU do computador que supostamente conteria vídeos e fotos de crianças vítimas de abusos sexuais. A delegada confirmou que quando chegou à casa do suspeito, minutos após falar com seu advogado, não encontro a CPU no local.

A delegada também admitiu que a sessão de reconhecimento de suspeitos que ela promoveu com crianças que supostamente sofreram abuso não foi adequada. Na ocasião, a delegada levou as crianças para uma sala após terem prestado depoimento e sem a presença das mães –o que fere o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Rosana justificou-se alegando que nenhum membro do Ministério Público que acompanhava a sessão se manifestou sobre alguma irregularidade. Disse, contudo, que fez o que achava melhor para a ocasião.

"Tentei fazer o melhor que pude", afirmou. "Achei que qualquer falha seria mencionada pelos promotores. Como não foi…"

Depois do depoimento de Rosana, o presidente da CPI da Pedofilia, Magno Malta (PR-ES), afirmou que a falha da delegada é grave. Para ele, os erros podem ter comprometido provas capitais da investigação sobre a existência de uma rede de pedofilia no município.

Fonte: Folha Online

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