Abandono do tratamento de tuberculose pode levar à morte

AssessoriaEm Alagoas, foram registrados 128 novos casos de tuberculose

Em Alagoas, foram registrados 128 novos casos de tuberculose

Uma das doenças mais antigas do mundo ainda mata por ano dois milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde. Ao contrário do que algumas pessoas imaginam, o número de pessoas infectadas continua alarmante.

Em Alagoas, durante os três primeiros meses deste ano, foram registrados 128 novos casos de tuberculose nos municípios de Arapiraca, Maceió, Palmeira dos Índios, Penedo, São Miguel dos Campos, Rio Largo e União dos Palmares. Deste, 46 foram detectados na capital alagoana.

Pensando em alertar aos alagoanos sobre estes números e tentar prevenir a evolução da doença infecciosa causada pelo bacilo de Koch, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e a Secretária Municipal de Saúde (SMS) estiveram mobilizadas nesta terça-feira, 24, no Calçadão do Comércio em uma ação de distribuição de panfletos, cartazes e cartilhas. Além disso, foram realizados testes de baciloscopia, conhecido como exame do escarro, na tentativa de detectar a doença. A ação faz parte do Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose.

Segundo Tânia Maria Queiroz, Coordenadora Estadual do Programa de Tuberculose da Sesau, o maior problema no controle da doença está no caráter preventivo e no abandono do tratamento por parte dos pacientes.

“Estamos tentando fazer com o que as pessoas entendam que a tuberculose tem cura e que os doentes devem seguir a risca o tratamento que dura seis meses. Muitas pessoas quando veem melhorias abandonam o tratamento e têm recaídas. Isso queremos evitar” afirmou.

Em 2008, cerca de 1.200 casos de tuberculose foram registrados em Alagoas. Destes, 506 foram notificados em Maceió. Entretanto, o índice de pessoas que abandonou o tratamento chegou a 11%, quando o número tolerado pelas organizações de saúde seria de 5%.

“Precisamos alertar a população quanto aos avanços no diagnóstico, no tratamento e na prevenção, sem esquecer que a doença está fortemente presente em nosso meio, por isso a importância dessa ação. Tentamos prevenir as pessoas quanto aos riscos de descuidar do tratamento da doença. Em Maceió, o percentual esperado de cura nesses pacientes é de 85%, mas até o momento este número se restringe a 80%” disse Vanessa Almeida, coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da SMS.

A aposentada Maria José Fernandes da Silva, de 57 anos apresenta os sintomas da tuberculose há 12 anos, mas por ‘teimosia’ não segue as recomendações médicas.

“Ela começou perdendo peso e sem apetite. Como achava que ia melhorar apenas com medicamentos caseiros e ervas nunca tinha procurado o médico até que o caso começou a se agravar de 8 meses para cá. Hoje, ela pesa apenas 38 quilos e não come mais, vive só de soro. Minha mãe acha que não vai ficar boa por isso não quer mais tomar os remédios. Ela consegue driblar todos os filhos para não seguir as indicações médicas” contou Andréia Ferreira da Silva, filha de Maria José.

Andréia informou que o sofrimento de sua mãe se prolonga ainda com o surgimento de uma doença conhecida como Colite, onde Maria José passa aproximadamente três sem defecar. “É muita aflição. Toda semana, vai ao Hospital Geral do Estado (HGE) passando mal quando não é por conta da tuberculose é pela colite. Estamos agora entregando na mão de Deus” disse.

Sintomas

A tuberculose é transmitida através das gotículas eliminadas na tosse, espirro ou ainda na respiração. Os principais sintomas são tosse por mais de duas semanas, febre, cansaço, dor no peito, produção de catarro, falta de apetite e emagrecimento. Quando o quadro está avançado, pode aparecer escarro com sangue.

Tânia Queiroz recomenda que as pessoas que apresentem os sintomas procurem o posto de saúde mais próximo e inicie imediatamente o tratamento gratuitamente.

Recomendações

As organizações de saúde recomendam que os familiares dos infectados devem tomar cuidados para não contrair a doença que é contagiosa. Além disso, portadores do HIV podem desenvolver a doença gravemente. O alcoolismo, desnutrição e a utilização de drogas aumentam o risco de tuberculose.

Os pacientes não devem suspender o uso de medicamentos antes do prazo prescrito. Caso ocorra, a bactéria se tornará resistente aos medicamentos, dificultando assim, a cura.

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