Movimento Negro aciona MP em busca de punição para vereador

Vanessa Alencar/Alagoas24horasHelcias Pereira, membro do Fenal

Helcias Pereira, membro do Fenal

Um protesto pacífico e repleto de religiosidade foi realizado na tarde desta sexta-feira, 5, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas. Representantes das entidades vestiram-se de branco e expuseram sua indignação pelos recentes atos de intolerância e racismo cometidos por pastores evangélicos, dentre os quais, o vereador por Maceió pastor Marcelo Gouveia (PRB).

“Nesse mundo quem ama é porque tem amor para dar. Justiceiro é Xangô, nosso grande orixá”, dizia o trecho da canção de Araketu entoada na abertura do evento pelo advogado Alberto Jorge, presidente da Comissão de Minorias da OAB/AL.

Ele informou que na próxima segunda-feira, 8, entrará com duas representações no Ministério Público Estadual, uma contra o vereador pastor Marcelo Gouveia, pelo ato de racismo cometido contra a mãe de santo, Miriam Melo, durante sessão pública realizada na Câmara no dia 13 de maio, e a contra um pastor da Igreja Internacional Nova Esperança que depredou um centro de Umbanda, no povoado Massagueira, em Marechal Deodoro.

“As autoridades devem entender que os crimes precisam ser apurados. Não podemos admitir esse tipo de situação. Cada igreja deve se preocupar com seus fiéis, seus templos e seus deuses”, disse o advogado Alberto Jorge.

O Movimento quer a punição e reparação de ambos os pastores por danos morais e materiais. Também na próxima segunda-feira uma comissão do Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal) visitará o centro de Umbanda depredado, informou Helcias Pereira, membro do Fenal. "O objetivo é saber o que realmente aconteceu e calcular os prejuízos.Esses atos de intolerância e racismo infelizmente são corriqueiros, mas quase sempre as vítimas não denunciam. Na representação que entregaremos ao MP, pedimos a reparação e punição por danos morais a comunidade negra", afirmou.

“O nosso grande objetivo é combater a intolerância religiosa – crime este constitucional – as perseguições e abusos”, frisou, e depois relembrou a frase usada pelo vereador pastor Marcelo Gouveia na ocasião da sessão: “Para defender minha religião eu serei racista”.

A mãe de santo agredida por Gouveia, Miriam Melo compareceu ao ato da tarde de hoje. Ela voltou a afirmar que foi ridicularizada e desqualificada pelo pastor.

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