Médico João Lourival
Após assinar o pacto pela redução da mortalidade infantil com o Ministério da Saúde, Alagoas se comprometeu buscar alternativas para combater esta problemática. Uma delas foi à criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Neonatal (Samu neonatal), para realizar o transporte de bebês prematuros ou vítimas de doenças congênitas para as maternidades de referência contempladas no Programa de Reestruturação da Rede Materno-Infantil (Promater).
Agora, os recém nascidos que necessitarem de atendimento numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e que estejam nos municípios onde não haja atendimento especializado para bebês de alto risco, essas unidades podem acionar o Samu Neonatal para realizar esse tipo de transporte, que é realizado por meio de uma Unidade de Suporte Avançado (USA – espécie de UTI móvel), dotada de ventilação mecânica, incubadora aquecida e de um kit de reanimação neonatal, atendendo aos padrões preconizados pelo Ministério da Saúde.
Para esses casos, é prontamente um médico neomatologista ou intensivista para se deslocar até o local onde o bebê se encontra para acompanhá-lo a maternidade de referência mais próxima. “Entre os inúmeros projetos desenvolvidos, visando evitar a morte de recém-nascidos prematuros ou vítimas de doenças congênitas, o Samu Neonatal tem papel primordial na luta pela oferta de um atendimento ágil e de qualidade, que muitas vezes, é decisivo para salvar a vida do paciente”, explica a diretora de Ações Estratégicas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Marta Celeste.
O Samu neonatal, explica Celeste, foi concebido para integrar os programas Provida e Promater, já que o primeiro visa incrementar o atendimento de urgência e emergência e o segundo prima pelo atendimento especializado nas maternidades públicas alagoanas, a exemplo da Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), em Maceió, que recebe recém-nascidos dos 102 municípios alagoanos. “Nosso propósito é reduzir os vazios assistenciais nas regiões, principalmente na área de pediatria, melhorando o atendimento aos recém- nascidos por meio da oferta de UTI’s e UCI´s neonatais, além de aumentar a quantidade dos leitos”, assegurou.
Socorro – Um dos exemplos da eficiência desse atendimento realizado pelo Samu neonatal ocorreu, no último dia 15 de junho, quando uma equipe do Samu comandada pelo pediatra João Lourival de Souza, se deslocou até Arapiraca para transportar um recém-nascido prematuro até a Santa Mônica. Pesando apenas 1,1 kg e com enterocolite (inflamação no intestino), o bebê corria sério risco de morte quando foi conduzido pelo Samu à Maternidade Santa Mônica para uma intervenção cirúrgica.
“Eu estava de plantão no Samu Maceió quando fui acionado para me deslocar até Arapiraca, com o objetivo de prestar socorro a um recém-nascido prematuro que necessitava de uma intervenção cirúrgica. Graças ao aparato da USA, conseguimos salvar o bebê; a criança poderia ter falecido caso ela tivesse sido transportada numa ambulância convencional ou num automóvel particular, uma vez que, prematuros necessitam de um acompanhamento especializado, principalmente, quando estão abaixo do peso”, conta emocionado o pediatra João Lourival. A maternidade informou que está aguardando estabilizar o quadro de saúde da criança para realizar a cirurgia.
