ONG define Irã como "maior prisão do mundo para jornalistas"

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou neste sábado o aumento da repressão no Irã, país ao qual definiu como "a maior prisão do mundo para os jornalistas". "A repressão aumentou ainda mais" depois que o líder supremo da Revolução, o aiatolá Ali Khamenei, confirmou a surpreendente vitória do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nas eleições presidenciais de 12 de junho, afirmou o comunicado divulgado hoje pela RSF.

Segundo a organização, já são 30 os "jornalistas e ciberdissidentes" que foram presos em território iraniano desde as eleições e "a violência das manifestações" que acontecem nestes dias em Teerã faz temer que aumente o número de detenções de iranianos e as expulsões de correspondentes estrangeiros.

O regime iraniano, acrescenta a nota, "não pode tolerar" que o mundo veja o que está acontecendo e, por isso, quer silenciar a imprensa. "A comunidade internacional não pode ignorar mais a situação", segundo a organização, que considera que deve haver "uma reação clara e unânime" que esteja à altura da gravidade dos eventos destes dias.

A RSF reiterou que vários locais sobre os quais não se tem notícias há dias e entre os quais alguns estão presos e foram vítimas de tortura. A organização denuncia que a televisão estatal está atribuindo informações falsas aos candidatos da oposição e que os jornalistas estrangeiros sofrem pressões para que não transmitam as opiniões dos opositores.

Manifestação acaba em violência
A Polícia iraniana usou a força para reprimir uma passeata convocada no centro de Teerã, neste sábado, para protestar contra o resultado das eleições presidenciais. Testemunhas afirmam que agentes antidistúrbios empregaram jatos d’água e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar as milhares de pessoas que tentavam se concentrar na rua Enguelab, apesar dos advertências do líder supremo da Revolução, o aiatolá Ali Khamenei.

Neste sábado, pelo menos duas pessoas morreram e oito ficaram feridas num atentado suicida perto do mausoléu do aiatolá Khomeini, no sul de Teerã, informou a emissora PressTV. A máxima autoridade do país exigiu aos líderes da oposição que colocassem fim, de forma imediata, às manifestações ou seriam os responsáveis diretos por um "banho de sangue".

Mesmo assim, a pedido dos principais representantes da oposição, milhares de iranianos desafiaram a advertência e tentaram chegar hoje ao centro para prosseguir com os protestos que começaram há uma semana. "Houve muitas pessoas detidas. Muitas ficaram sem os telefones celulares que usavam para gravar", explicou outra das testemunhas.

Fonte: Terra

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