A perda é de todos

Há um estranho silêncio. Daqueles que falam, pesados, quando o assunto é lamentável! Houve um debandar sentido, de quem largou o curso de jornalismo no meio porque a profissão foi desregulamentada! Há um pesar misturado com anedotas, críticas mal elaboradas e um gosto malfazejo de defender aquilo que soa como perda para os outros.

O Supremo materializou o desejo de tantos que lidam com a informação, geralmente de cima, no comando; e daqueles que a ela se misturam, pelos lados, interativamente (sem diploma), e finalmente, daqueles que pela função que exercem são constantemente revelados, “tocados”. Quem ficou de fora da festa? Os jornalistas!

Utilizar a não cientificidade da formação jornalística como mote para defender a desregulamentação de um diploma, é no mínimo, conivência com os interesses do poder! Poder que, fincado na base do sistema capitalista, em todas as suas mutações, quebra o sentido da organização trabalhista daquela categoria ao invalidar sua legitimidade.

Isso me lembra a fábula da “ratoeira na fazenda”, que parecia, a princípio, ser um problema unicamente do rato! No entanto, pegou uma cobra, que picou a dona, e para refazê-la, custou a vida da galinha; para fortalecê-la, custou a do porco. Tendo aquela, morrido, o fazendeiro matou o boi, para alimentar a multidão que foi ao enterro.

Em sociedade também é assim, a perda de uns é a perda de outros! O próprio Gilmar Mendes prenunciou “desregulamentações” de profissões! Obviamente, daquelas que seus filhos não exercem! As elitizadas serão poupadas! Preparem-se professores! Muito em breve qualquer “modelo” ou “cozinheiro”, até mesmo “jornalistas” poderão dar aulas!

Independente das relações que eles possam ter com o conhecimento estarão servindo aos interesses do sistema iníquo que nos oprime, e busca retirar de nós os instrumentos legais que nos referendam quanto categoria, permitindo lutas salariais, mobilizações e garantia de direitos arduamente conquistados!

Em respeito aos valorosos jornalistas do Brasil, nossa indignação vigilante! Na compreensão de que é preciso readaptar nossas formas de luta e garantias, de acordo com os contextos. A perda temporária é grande, a reconstrução de caminhos exige, por certo, novas frentes e estratégias!

A História não parou, Marx não era um trouxa, e os teóricos ainda são absolutamente necessários!

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