Na próxima sexta-feira, 10, o cirurgião cardíaco José Wanderley Neto e sua equipe do Instituto de Doenças do Coração da Santa Casa de Maceió comemoram 20 anos de transplante e 30 anos de cirurgia cardíaca em Alagoas.
A data será marcada com a realização de um simpósio, no Hotel Jatiúca, com presenças dos maiores nomes da atualidade da cirurgia cardíaca brasileira, entre eles Domingo Marcolino Braile (SP) e Paulo Brofman (PR), que desenvolve pesquisas com células-tronco.
Estarão também presentes no simpósio o cirurgião-cardíaco José Teles (SE), pioneiro em transplantes no Nordeste juntamente com José Wanderley. O secretário de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, deve confirmar sua presença nesta terça-feira (7).
Primeiro transplantado
O primeiro alagoano a receber um novo coração foi Francisco Sebastião de Lima (em 21.03.1989) e está vivo. Outro paciente, também vivo, é Paulo de Souza. Ele recebeu o órgão em 19.04.1990. É irmão de outra transplantada, a Maria José de Souza França (em 30.11.2001).
E média, a sobrevida de transplantados cardíacos em um ano é de 85% e ao final de três anos é de 78%.
Nesses 30 anos, a equipe de José Wanderley Neto realizou cerca de 250 mil consultas, sendo 39.632 cateterismos, 6.331 angioplastias coronárias e de outros vasos, 3.306 arteriografias (cerebral e periférica), 9.699 cirurgias, 120 implantes de cardiodisfibrilador implantável (CDI) e 2.217 de marcapasso cardíaco, 1.400 ablações, 2.089 estudos eletrofisiológicos, entre outros procedimentos. Desde 1988 até os dias atuais foram 25 transplantes cardíacos.
José Wanderley Neto desenvolveu algumas técnicas destinadas a cirurgias e transplantes que minimizam custos e mantém a eficácia do procedimento. Uma delas é o reaproveitamento do coração do paciente para que trabalhe junto com outro, doado.
É o caso em que o paciente passa a viver com dois corações (transplante heterotópico). Poucos transplantes dessa natureza foram realizados no Mundo.
José Wanderley Neto liderou ainda, com José Teles, a implantação do programa Nordeste Transplante (NE-TX), que possibilita intercâmbio de órgão doados e pacientes receptores entre os Estados da região.
Esse programa será um dos temas debatidos no simpósio, além dos relacionados a procedimentos cirúrgicos em transplante e os últimos avanços na utilização de células-tronco para tratamento de doenças do coração.
