Um conflito entre trabalhadores rurais ligados ao Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MLST) e funcionários da Usina Utinga, localizada no Cruzeiro do Sul, em Rio Largo, resultou na prisão de duas pessoas por posse ilegal de arma.
O conflito, que teve início ainda na noite de ontem e se agravou por volta de 1h desta madrugada, 24, ocorreu quando os seguranças da usina teriam demolido barracos do sem-terra instalados no entorno da usina. Revoltados, trabalhadores rurais e seguranças ainda teriam trocado tiros, contudo, não há registro de feridos.
Trabalhadores rurais, que afirmaram estar no local há 28 dias, disseram que foram supreendidos pela ação dos tratores e carregadeiras da usina, que destruíam os barracos e recolhia o material. Os seguranças teriam ignorado a presença de pessoas nos barracos e também destruíram eletrodomésticos, móveis e todos os bens pessoais dos sem-terra.
De acordo com o tenente Mello, oficial que coordenou a operação, equipes da RP e guarnições do 8º Batalhão foram deslocadas para o local para mediar o conflito, mas quando chegaram já encontraram os barracos destruídos. No local, os militares detiveram 13 seguranças fortemente armados, que foram encaminhados para a Delegacia de Plantão II, no Salvador Lyra, para averiguação.
Dos 13 seguranças, dois foram autuados em flagrante, por portar arma com numeração raspada e revólver em nome de terceiro. Ficaram presos Renival Gomes da Silva e José Williams da Silva. Ambos foram autuados pela delegada Rebeca Cordeiro, que estava na Deplan II, e foram encaminhados para a delegacia de Rio Largo na manhã de hoje.
Ainda segundo o tenente Melo, após as detenções o clima se normalizou no local do conflito. No entanto, a Polícia Militar permanecerá realizando rondas para avaliar a situação.
Os sem-terra aguardam, agora, a chegada de lonas para reconstruir os barracos.