O deputado João Beltrão, um dos que prestaram solidariedade ao discurso do deputado Marcos Ferreira – que usou a tribuna da Assembleia Legislativa nesta tarde para criticar supostos excessos cometidos pela justiça, polícia e imprensa em operações -, denunciou que um promotor lhe disse que a próxima operação será realizada no município de Coruripe, onde seu filho, Marx Beltrão, é prefeito.
“Ele disse que, como não conseguiu me colocar na cadeia vai colocar meu filho. Isso está pior que a ditadura, porque a ditadura pelo menos não expunha as pessoas. Hoje a gente não sabe se vai amanhecer com a polícia na porta de casa. Quem merece ser preso não vai, mas prender político é festa, é bonito, é ser macho para aqueles que usam a caneta para fazer maldade e perseguição”, desabafou o parlamentar.
Beltrão argumentou que o principal motivo das perseguições aos políticos é a inveja. “É fácil um delegado como o Pinto de Luna fazer carnaval. Esse puniu quem quis e como quis, mas depois mostrou para que veio a Alagoas: se filiou ao PT, partido que tem um ‘taturana’ igual a nós, mas não teve coragem de prender o Paulão”, disparou.
O deputado acusa Luna de ter usado o carro da Polícia Federal para participar de reuniões nos municípios. “Se a gente usasse o carro da Assembleia para fazer a mesma coisa a imprensa ia fotografar”, desabafou Beltrão, acrescentando que quer ver o ex-superintendente da PF candidato nas eleições para senador: “Vamos ver se o Pinto vai virar galo”, ironizou.
Cristo
‘Fui algemado e humilhado, inocente como Cristo’. Com essa frase o deputado Antonio Albuquerque também se solidarizou com o pronunciamento de Marcos Ferreira. Com relação ao promotor Luis Tenório, de Olho D´Água das Flores – acusado por Ferreira de ter agido politicamente na Operação Primavera – , Albuquerque disse que ele deveria ser investigado por desvio de conduta.
O deputado também defendeu o prefeito do município e criticou a atuação da 17ª Vara: “A Vara que deveria ter como intuito o combate ao crime organizado se transformou em instrumento de perseguição daqueles que buscam um minuto de fama”, criticou, sugerindo que a Assembleia delimite a atuação da 17ª Vara.
O deputado Gilvan Barros também criticou a Operação Primavera e sugeriu que o Conselho Nacional do Ministério Público averiguasse se ocorreu abuso na operação. “É preciso saber se não está havendo perseguição pessoal, se não aconteceram punições antecipadas”.