Aos 81 anos, dona Neusa Maria do Nascimento tem uma longa história de vida, onde se somam uma filha, sete netos, mais de 20 bisnetos e seis tataranetos. Na tarde desta quinta-feira, 29, a idosa, que reside no município de Barra de Santo Antônio, contou à reportagem do Alagoas24horas que jamais esperava vivenciar o que passou na semana passada, quando foi estuprada pelo próprio genro, o pedreiro Gilson Baltazar de Almeida Costa, de 47 anos.
Uma das netas de dona Neusa, Evânia Nascimento, 38, disse que desconfiou que havia algo errado, já que a avó estava doente há uma semana, e resolveu levá-la ao posto de saúde na terça-feira passada, 27, foi quando a médica descobriu que a idosa havia sido vítima de estupro.
“Minha avó estava com diarréia, febre e dores no corpo, mas só revelou o que aconteceu no dia da consulta. Ela disse que não contou nada antes porque o Gilson ameaçou matar ela e a minha mãe”, relatou Evânia.
Orientada pela médica e pela promotoria local, Evânia prestou queixa na delegacia da cidade, e o acusado – que é padrasto dela e dos outros irmãos – foi preso no mesmo dia na casa de uma irmã. “Ele confessou o crime para os policiais”, disse ela, lembrando que a avó também se submeteu a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Maceió.
Chorando muito, Maria José do Nascimento, 62, filha da vítima, disse que estava dormindo na noite do crime e não se conformava com o que tinha acontecido. “Há dois dias que eu não como nem durmo. Se eu tivesse acordado acho que tinha matado ele”, desabafou, acrescentando que ela e Gilson eram casados há mais de 20 anos e dona Neusa sempre morou com eles.
Ameaças
A idosa confirmou que, antes do estupro – ocorrido na madrugada de terça-feira da semana passada -, o genro nunca tinha tentado nada contra ela. “Minha filha estava dormindo no quarto e eu tinha levantado para ir ao banheiro, foi quando ele chegou em casa, me empurrou para o sofá, tapou a minha boca e me estuprou, primeiro pela frente e depois por trás”, relatou.
Dona Neusa contou que durante o ato, o genro a ameaçava: “Ele disse que se eu acordasse a minha filha ou contasse alguma coisa, me matava e matava ela também.”
Além da dor emocional deixada em toda a família, o crime deixou outras marcas em dona Neusa. “Minha avó é hipertensa, cardíaca, já se submeteu a uma cirurgia para retirada de um câncer no reto, e agora está tendo que fazer tratamento com antibiótico. O que ele fez foi monstruoso e nós só queremos justiça”, finalizou a neta.
Gilson Baltazar está preso na Delegacia da Barra de Santo Antônio. A reportagem esteve no local, mas não conseguiu informações sobre o andamento do inquérito.
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