Diabetes acomete mais de 90 mil alagoanos

Ascom SesauAscom Sesau

De acordo com estatísticas da Federação Internacional de Diabetes (IDF), atualmente o número de pessoas com diabetes tipo 2 já supera os 250 milhões. Dados do Ministério da Saúde, confirmam que no Brasil o Diabetes afeta cerca de 12% da população, aproximadamente 22 milhões de pessoas.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em Alagoas, existem aproximadamente 90 mil portadores de diabetes, alguns ainda não têm conhecimento de ter a doença.

No Hospital Geral do Estado (HGE), o diabetes está na lista das cinco doenças de maior índice de morte e está chegando perto do topo da lista. Nos últimos 15 anos, o número de óbitos por diabetes no HGE está aumentando consideravelmente e isso preocupa. Para se ter uma ideia, em 2003 eram em torno de 60 pessoas. Hoje, de acordo com dados do Serviço de Arquivo Médico (Same) da instituição para o ano de 2009, já existem cerca de 60 casos de óbitos por diabetes, e o ano ainda não finalizou.

De acordo com a médica Kristhyna Mello, coordenadora da Clínica Médica do hospital, essas estatísticas seriam diferentes se os pacientes atendidos no HGE procurassem o diagnóstico precoce, e buscassem atendimento ambulatorial sistematicamente nos postos de saúde.

“A glicose é a principal fonte de energia do organismo, mas quando está em excesso, pode trazer várias complicações à saúde, como o pé diabético tão comum no hospital e a insuficiência renal. Para não se ter complicações crônicas, nos pés, rins, nervos, coração e os olhos é preciso o controle constante dos índices de glicose no sangue”, afirmou.

Diabetes Mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal da glicose no sangue decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos. O distúrbio envolve o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas e tem graves conseqüências tanto quando surge rapidamente como quando se instala lentamente.

“Existem dois tipos de diabetes, a tipo 1, uma doença auto-imune que atinge principalmente crianças e adolescentes. Neste caso, o organismo não reconhece o pâncreas, que é responsável pela fabricação de insulina e que controla a glicose. E a tipo 2, na qual o fator hereditário tem maior peso que no tipo 1. Caracteriza-se pela deficiência da produção de insulina ao longo dos anos ou da dificuldade da ação desta insulina no organismo. Além disso, há uma grande relação com obesidade e sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença estejam com excesso de peso”, destacou a médica.

Os sintomas do diabetes são decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que se desenvolvem em longo prazo. Pode haver sede excessiva, aumento do volume da urina e do número de micções, fadiga, fraqueza, tonturas, visão borrada, aumento de apetite e perda de peso.
Uma grande percentagem de pacientes com diabetes tipo 2 descobre sua doença muito tardiamente, já com graves complicações crônicas. Foi o que aconteceu com R. L. A., 64 anos, que teve o pé amputado em decorrência do diabetes. “Hoje sei da importância de se ter o diagnóstico precoce e buscar o controle da doença sistematicamente”, disse.

Entre os principais fatores de risco para o diabetes, temos a idade maior ou igual a 45 anos, o histórico familiar, o sedentarismo, a taxa de HDL-c baixo ou a de triglicerídeos elevada, a hipertensão arterial e a doença coronariana.
O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes é necessário o uso de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.

De acordo com Kristhyna Mello, o tratamento do paciente com diabetes envolve pelos menos 3 aspectos importantes. O plano alimentar, a atividade física e o uso de medicamentos. O rastreamento é extremamente necessário para iniciar rapidamente o controle da doença.

“A alimentação é o ponto fundamental do tratamento de qualquer tipo de paciente diabético. É preciso conscientizar o indivíduo a fazer mudanças em seus hábitos alimentares, permitindo um controle metabólico adequado. Além disso, todos os pacientes devem ser incentivados à pratica regular de atividade física, que pode ser uma caminhada de 30 a 40 minutos ou exercícios equivalentes” orienta.

Segundo a médica, o uso dos medicamentos hipoglicemiantes orais são medicamentos úteis para o controle de pacientes com diabetes tipo 2. Nos pacientes tipo 1 é necessário o uso de insulina para suprir o que o próprio organismo não produz.

"É importante salientar que, além da insulina e das seringas, os pacientes recebem, do SUS, o aparelho para medir sua glicose. Por isso o rastreamento, a detecção e o tratamento das complicações crônicas do diabetes devem ser realizados constantemente, conforme diversas recomendações das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e das Sociedades Médicas. Essa é a grande importância do Hiperdia, no SUS,” detalhou.

De acordo com Ana Porto, gerente de Núcleo de Atenção à Saúde de Grupos Específicos da Sesau, o Hiperdia consiste no cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde.

"O Sistema permite o acompanhamento, a garantia do recebimento dos medicamentos prescritos, e o consequente desencadeamento de estratégias de saúde pública que levarão à modificação do quadro atual, a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas e a redução do custo social”, salientou.
Para participar do programa é necessário que o portador da doença compareça ao posto de saúde mais próximo de sua residência. Maiores informações sobre o Sistema podem ser adquiridas através do telefone: 3315-1122.

Fonte: Neide Brandão/HGE

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