Paixão de Cristo, lição não aprendida

Nesta semana em que se rememora o nascimento, paixão e morte de Cristo nos perguntamos: em que mudou a humanidade? Como resposta, teríamos na racionalidade dos fatos, em nada mudamos!

Durante a vida de Cristo, desde o seu nascimento até a sua morte na cruz, tudo transcorreu na mais absoluta normalidade da humanidade – alegrias, dores, sofrimento, roubo, traição, quebra de pactos de fidelidade, corrupção, perseguição, cobrança exagerada de impostos, soberba dos poderosos, bajuladores e bajulações, desencontros de informação das religiões, falsas acusações. Tivemos também um imperador que transferiu responsabilidades; um governador que agradou o chefe maior massacrando os povos da Judéia e um sumo sacerdote Caifaz, que conseguiu o seu intento em crucificar Jesus jogando a culpa no povo que o condenou – transformando toda a história da morte de Jesus Cristo num grande teatro para o mundo, na tentativa de fortalecer o poder do Império a qualquer custo.

Na realidade, a diferença entre a “Paixão e morte de Cristo” e o Big Brother atual está apenas no final, pois neste, o vencedor ganha uma vultosa quantia como prêmio, e no tempo de Cristo o prêmio foi à cruz.

O restante é exatamente igual. Um homem que trazia a palavra da fé sendo confundido com um revolucionário, cercado de traição pelas pessoas que mais apoiou como irmão de caminhada. Defensor de uma população escravizada pelos cobradores de impostos, meros opressores servis ao poder. Protetor dos doentes abandonados pelos poderosos que foram curados com milagres realizados e que o levou à fama de curandeiro e de falso profeta. A humanidade resumida a uma maioria pobre ou paupérrima em detrimento de uma minoria rica, que infelizmente ainda hoje não mudou em nada. A distribuição errônea de renda e dos bens imóveis, criou uma classe abastada que tinham sábios (médicos) ao seu dispor, em contra partida de uma multidão que morria a mingua às portas dos castelos ou palácios das autoridades romanas. Corruptos e corruptores juntos ao Imperador, com exércitos ao dispor para fazer a segurança do poderoso ou de seus asseclas, defendendo-os do povo que clamava por justiça e igualdade contra uma classe dominante que mentia para seu Imperador na tentativa de agradá-lo, escondendo a verdade dos fatos.

Enquanto isso o seu opositor, um pobre pregador do comunismo ameaçava seu império com seus 12 apóstolos, homens comuns que também iriam traí-lo mais tarde diante da mais simples oferta de dinheiro, ou por conta do medo dos soldados romanos e seus maus tratos para com os presos.

No Big Brother da mídia, a traição é uma constante, as negociações de votos em troca da tão almejada imunidade não tem limites, os conflitos de ideologia é uma rotina entre os Brothers, as falsas acusações o mote para se colocar alguém no paredão, a demonstração para o público do equilíbrio ou desequilíbrio das emoções, a busca constante de um perfil ideal para não ser eliminado, podendo custar para isso, a mostra de uma pseudo-personalidade.

Já na realidade do nosso dia-a-dia, a réplica do tempo da crucificação de Cristo, é mais latente ainda, basta para tanto olhar para as últimas notícias das crises do governo Federal, Estadual e nos Legislativos; é só corrupção, traição, morte como queima de arquivo, enfrentamento entre os poderes, os sábios da área econômica criando impostos mirabolantes ou desviando duodécimos, e quando o fato vem à tona: tal qual Poncios Pilatos, vêem os Zés Dirceus da vida dizendo que não sabia de nada.

Portanto, se existe diferença do escrito acima, que seja mostrado a todos com a mesma coragem de como escrevemos agora, pois aqui narramos fatos, e se existir algo mais forte que fatos, desejamos conhecer.

*Professor de Física e Matemática

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