‘Efeito aniversário’ pode influenciar morte súbita

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Muitas vezes nos defrontamos com famílias em que os falecimentos ocorrem em uma mesma data ou época do ano. Coincidência? Talvez não. Pelo menos no que diz respeito à doença cardíaca. Uma pesquisa venezuelana demonstra que casos de morte súbita cardiológica são mais freqüentes no dia em que outro membro da família, especialmente pai e mãe, faleceram.

O estudo realizado em parceria com um hospital da Filadélfia, nos Estados Unidos, buscava determinar quais seriam os possíveis gatilhos para a ocorrência de morte súbita. Em um grupo de 102 casos sucessivos de morte súbita, o dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi a proximidade com a data de falecimento de um ente querido. As arritmias cardíacas muitas vezes são precipitadas por alterações emocionais.

Um estudo realizado pela Universidade Yale, em 2002, documentou, em pacientes com desfibriladores implantados, a influência da raiva e do stress sobre a ocorrência de arritmias graves. O período de luto, por sua vez, está entre os fatores de piora da doença cardiológica. Os cardiopatas, diante da perda de um familiar, muitas vezes caminham para depressão e isolamento social, piorando sua situação clínica.

Nos pacientes estudados, 13 casos ocorreram no dia em que um parente havia falecido. Dentre esses casos, a metade no dia em que o pai havia morrido e 38% no dia do falecimento da mãe. Curiosamente, dois terços dos casos aconteceram com homens e com idades semelhantes às dos parentes mortos. Esse é o aspecto dos resultados que deverá ser estudado mais profundamente para determinar a causa dessa diferença.

Segundo Eduardo Saad, especialista em arritmias do Instituto Nacional de Cardiologia (RJ), é importante observar que o estresse emocional pode ser o "gatilho" para a ocorrência de arritmias graves. O cardiologista, porém, ressalta que o paciente certamente deverá ter alguma patologia cardíaca prévia. Somente a reação emocional não pode ser responsabilizada pela morte súbita.

O trabalho foi apresentado, no Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, em Chicago.

Fonte: G1

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