Aumenta número de mortes por dengue hemorrágica em AL

MPReunião reuniu promotores de justiça de mais de 30 municípios

Reunião reuniu promotores de justiça de mais de 30 municípios

Novos dados a dengue, notificados até o mês de abril no Estado de Alagoas, foram anunciados hoje pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), durante reunião com o Ministério Público e órgãos da Saúde do Estado. Os números crescentes preocupam as autoridades, que buscam alternativas para eliminar o risco de epidemia de dengue.

Durante a reunião, a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Cleide Moreira, informou que até o início de abril já foram notificados 2.305 casos de dengue clássica em Alagoas. Desse total, 980 casos foram notificados em Maceió. Ao todo, já foram confirmados 641 casos novos em 2008 e estão sendo investigados 8 casos de morte, sendo três em Maceió e cinco no interior do Estado, nos municípios Campo Alegre, Delmiro Gouveia, Maragogi, Pilar e São Luiz do Quitunde. Do total de casos notificados, há suspeita de que 78 casos sejam de dengue hemorrágica.

Para a promotora Micheline Tenório, a situação é grave e tem que ser enfrentada com muita seriedade pelo poder público. “Ainda não está configurada uma epidemia de dengue em Alagoas, mas se não forem adotadas todas as medidas necessárias poderemos chegar à situação do Rio de Janeiro”, alertou a promotora de Justiça. “Por isso, a Procuradoria Geral de Justiça e a Corregedoria Geral do MP convocaram os colegas promotores de Justiça do interior do estado, para discutirmos o problema e decidir como enfrentá-lo, até porque eles têm independência funcional para agir e cobrar dos prefeitos as ações necessárias no combate à dengue e no atendimento às pessoas infectadas”, explicou a promotora de Justiça.

Na reunião, alguns promotores de Justiça reclamaram na inoperância de determinados prefeitos, que fazem pouco caso quando são cobrados das ações de combate à dengue. O promotor de Justiça Eládio Estrela, da Comarca de Penedo, disse que há cinco meses aguarda resposta da Prefeitura do município quanto à situação da dengue na cidade. Segundo o promotor, no final do ano passado foi diagnosticado e confirmado um caso de óbito por dengue em um adolescente de Penedo, que teria morrido por falta de assistência médica adequada e urgente.

O médico infectologista Celso Tavares, que desde 1996 luta contra a dengue, disse que Alagoas está entre os dez Estados da federação com potencial de surto epidêmico. “Nós temos todas as condições necessária para um surto: verão o ano inteiro, águas paradas quando chegam as chuvas, mosquitos, população exposto à doença e uma rede de saúde que deixa muito a desejar”, destacou o infectologista. Para ele, a melhor forma de evitar o surto e investir nas medidas preventivas, principalmente no combate aos focos do mosquito transmissor.

Segundo Celso Tavares, o número de casos de dengue é muito maior do que o divulgado oficialmente, já que há uma grande subnotificação de casos. De acordo com técnica da Sesau responsável pelo controle da dengue Isolda Lima, são os prefeitos que enviam semanalmente o número de casos da doença registrado em cada município. “Com base nessas informações, atualizamos os nossos boletins semanais sobre o quadro da dengue no Estado”, explicou.

Casos

Em nota enviada ao Alagoas24Horas, o secretário de Saúde do GGAL, Igor Nascimento, que integra o Conselho Municipal de Saúde conta que mais um caso de morte por dengue hemorrágica foi registrado na madrugada de hoje, no Hospital Helvio Auto. Uma mulher identificada como Maria Cícera faleceu após três meses de tratamento por suspeita de dengue.

Segundo ele, a vítima havia procurado atendimento médico no hospital, mas foi mandada para casa, devido à grande demanda oriunda dos municípios. Com os sintomas de dengue hemorrágica evidentes, a vítima voltou a procurar o hospital, na última quinta-feira, 10, onde ficou internada até o falecimento.

“Um médico chegou a afirmar que a paciente havia falecido porque era portadora do HIV, como se quisesse minimizar o problema da dengue. É claro que o HIV acelerou o falecimento dela (Maria Cícera), mas foi a dengue a responsável pela sua morte. As autoridades de Saúde pública precisam criar alternativas de combate à dengue, caso contrário, outras pessoas serão vítimas fatais”, disse Igor, acrescentando que os portadores do vírus estão apavorados com a possibilidade de epidemia.

Intensificação

Para dar continuidade à intensificação do combate à dengue no interior do Estado, o MP de Alagoas reúne amanhã, 15, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, os secretários municipais de Saúde de Alagoas, às 14h30. O secretário que não puder comparecer terá que enviar integrantes da sua equipes de trabalho, conforme convocação feita pela Associação dos Municípios de Alagoas (AMA).

Fonte: Com MP

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