O Ministério Público de Alagoas iniciou uma ação preventiva de combate à dengue em São Miguel dos Campos, Roteiro, Barra de São Miguel e Jequiá da Praia, municípios do Litoral Sul de Alagoas, identificados como locais propensos à proliferação do mosquito da dengue (aedes aegypti).
Durante audiência, no Fórum de São Miguel, que ocorreu quarta-feira (9/7), convocada pela promotora de Justiça Stela Valéria Cavalcanti, e acompanhada pelas promotoras de Justiça Micheline Tenório (Saúde) e Dalva Tenório (Meio Ambiente), a diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado de Alagoas, Cleide Moreira, apresentou aos representantes dos gestores municipais um relatório sobre a situação da dengue em cada localidade e recomendações para cumprimento de metas pactuadas com o Ministério da Saúde.
A situação mais grave, embora não haja registro de óbito, é da Barra de São Miguel, que vive risco de uma epidemia de dengue, com taxa de incidência de 1.526 casos notificados por 100 mil habitantes. Para a promotora de Justiça Stela Valéria, devido ao potencial turístico do município, que tem seu fluxo de visitantes aumentado na alta temporada, é fundamental a intensificação da prevenção, com a utilização, se preciso de medidas mais drásticas, como sugeriu a promotora de Justiça Dalva Tenório, para possibilitar a eliminação de focos com a entrada dos agentes de saúde em casas vazias, com o apoio das autoridades judiciais. “Também é importante dar atenção aos depósitos e galpões abandonados na região dos municípios envolvidos, ainda que sejam de difícil acesso”, acrescentou a promotora de Justiça Micheline Tenório.
Com taxa de incidência de 201 casos notificados por 100 mil habitantes, a situação de São Miguel dos Campos, segundo Cleide Moreira, é de alerta, embora não haja registro de casos graves nem de óbito suspeito de dengue. Devido a localização em área de BR e por concentrar grande número de caminhoneiros que trafegam na rodovia, São Miguel é um município propenso à entrada da dengue tipo 4 ( sorotipo DEN-4 ) e até mesmo da Febre Amarela.
Já o município de Jequiá da Praia vive uma situação de risco de epidemia, com taxa de incidência de 487 casos notificados por 100 mil habitantes. O município registrou índice de infestação predial igual a 1,41%, classificando-se, como em situação de alerta (1º ≤ IIP ≤ 3º), sendo que na zona urbana o índice é de 4,50% classificando-se como em situação de surto (IIP > 3%).
Dos quatro municípios convocados, apenas o de Roteiro não mandou representante à audiência. “Estranhamos a ausência do gestor municipal e vamos cobrar explicações, já que Roteiro vive uma situação de epidemia com taxa de incidência de 657 casos notificados por 100 mil habitantes,” informou a promotora de Justiça Stela Cavalcanti.
De acordo com o relatório da Vigilância Epidemiológica, nos períodos de safra da cana-de-açúcar recebe trabalhadores rurais de outros estados, favorecendo um processo de migração. “O município registrou índice de infestação predial igual a 3,21%, classificando-se, como em situação de risco (IIP > 3%)”, destaca o relatório.
