Invasores querem impedir entrada do Bope em PAR da Serraria

Priscylla Régia/Alagoas24HorasO advogado tentou, sem sucesso, conseguir o embargo da desocupação

O advogado tentou, sem sucesso, conseguir o embargo da desocupação

Centenas de manifestantes se concentram na tarde desta segunda-feira, 21, na entrada do Residencial Aldeota, na Serraria, onde 480 famílias ocuparam os apartamentos dos conjuntos Iracema e Janaína, do Programa de Arrendamento Residencial (PAR).

Os ocupantes interromperam o acesso aos conjuntos para impedir a entrada dos policiais do Bope que eles acreditam cumprir a ordem de despejo determinada pela Justiça, a partir das 16h desta segunda. A idéia era impedir a passagem dos policiais pelo menos até a chegada do advogado dos invasores, Tales Azevedo, que já está no local.

O advogado esteve no Fórum do Barro Duro, onde tentou, sem sucesso, conseguir o embargo da desocupação determinada pelo Juiz federal Gustavo Mourlim Ribeiro, da 1ª Vara. A medida judicial visava garantir pelo menos mais dez dias às famílias, que negociam junto à Caixa Econômica Federal a permanência no local. Azevedo disse que a desocupação deve acontecer e que amanhã irá novamente ao Fórum para tentar reverter a situação.

"O juiz garantiu que os processos serão analisados e que a Caixa Econômica Federal terá um prazo de 20 dias para entrar em contato com as pessoas cadastradas após a desocupação" afirmou.

Os invasores também deram entrada em ações no Conselho Tutelar, com o objetivo de garantir a integridade física das cerca de 150 crianças que estão no local e no Conselho de Direitos Humanos da OAB-AL, também visando garantir a integridade das famílias invasoras em caso de confronto com o Bope.

“Não queremos confronto, queremos que a Caixa nos dê tempo para que os moradores terminem os cadastros e sejam selecionados os que estiverem aptos. Não queremos morar de graça, queremos pagar”, acrescentou Daniela Rocha, uma das representantes dos invasores.

Argumentos

A principal fundamentação dos invasores para a ocupação ilegal está na seleção dos arrendatários pela Caixa Econômica. Eles alegam que cerca de 35% dos invasores possuem cadastros na CEF – muitos há mais de quatro anos – estavam com a documentação apropriada, mas nunca foram chamadas, nem tampouco foram informados do motivo do corte.

Outra informação transmitida pelo grupo é a existência de moradores com características de renda superior à exigida pela CEF durante as inscrições (de R$ 750 à R$ 1200). “Como a Caixa explica que moradores com renda de até R$ 1200 possa desfilar de Pagero e outros carros importados?”, questionou Daniela Rocha.

Outro questionamento dos invasores à CEF diz respeito à construção do Condomínio Residencial em uma área verde. De acordo com o grupo, o residencial ainda não pertence formalmente à CEF e que o processo encontra-se na Justiça, por isso a demora no sorteio e entrega dos apartamentos.

O fato é que os invasores – que não estão ligados a nenhum movimento social – estão descumprindo uma ordem judicial e, mesmo não tendo sido chamados para negociar com a Caixa, não terão argumentos suficientes para impedir que os organismos de segurança cumpram seu dever: proteger o patrimônio público da União.

(Atualizada às 18h30)

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