Jornalistas são atingidos por bombas do Bope

Sionelly Leite/Alagoas24horasHomens do Bope mantiveram um barricada humana na entrada do Detran

Homens do Bope mantiveram um barricada humana na entrada do Detran

Em meio à confusão que se instalou na porta do Departamento de Trânsito de Alagoas (Detran), até a imprensa foi atacada pelas bombas de efeito moral do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar de Alagoas. Uma das bombas atingiu o repórter Sikeira Júnior, da TV Alagoas. Ele foi ferido levemente. Profissionais da imprensa foram impedidos de realizar seu trabalho e pelo menos quatro pessoas ficaram feridas.

As ações do Bope são comandas pelo capitão Dantas. Além de Sikeira Júnior, repórteres cinematográficos e fotográficos também foram atingidos. “Os policiais me disseram que não havia necessidade de uso de violência. Foi uma covardia o que o Bope fez aqui”, salientou o repórter. “Nós estamos trabalhando”, disse ainda Sikeira Júnior.

Revoltado, o repórter indagou: “A gente agora vai ter que perguntar o que pode cobrir ou não, o que pode filmar, fotografar?”, finalizou. A situação no local é bastante tensa. Desde cedo, que o Bope impede a entrada de servidores e da imprensa no órgão. A ação do Bope se deu porque o movimento grevista decidiu ocupar a diretoria do departamento.

Os profissionais da imprensa feridos durante a ação do Bope foram orientados pelos presidentes dos sindicatos dos Jornalistas e Radialistas a entrar com ação no Ministério Público contra a Polícia Militar.

Para a presidente do sindicato dos Jornalistas, Valdice Gomes, a ação dos policiais na manhã de hoje é a prova do despreparo da Polícia Militar. "Não vamos deixar que este tipo de ação aconteça. A imprensa estava aqui para mostrar o que estava acontecendo. Manter a transparência nas negociações. Estamos orientando os profissionais que façam exame de corpo de delito e entrem com ação no Ministério Público contra a Polícia Militar", explicou Valdice.

Cerca de 50 servidores se encontram dentro do órgão desde ontem. Apenas servidores de cargo comissionados estão tendo acesso ao órgão. O coronel Dário César – comandante do Policiamento da Capital – destacou que a ação do Bope não previa o impedimento do acesso a imprensa ao local. “Isto não é verdade. A imprensa poderia fazer imagens, seja de cinegrafistas ou repórter fotográficos”, salientou.

Dário César confirmou que foi impedido apenas fosse dado voz aos manifestantes, dando a eles acesso aos microfones, para não ser feito “um palanque eletrônico dentro do Departamento de Trânsito”, colocou. “Quanto à parte externa, decidimos que poderia entrar as pessoas que querem trabalhar, impedindo apenas os manifestantes, para não engrossar o movimento lá dentro e causar um tumulto maior”, salientou ainda o coronel.

“A polícia está lá para que não evolua o problema”, sentenciou Dário César, mesmo com as bombas tendo partido da própria polícia, diante de um movimento pacífico dos servidores. “Qualquer excesso será devidamente apurado e quem for responsável que assuma os seus atos”, finalizou Dário César.

atualizado às 9h50.

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