O clima de tensão e medo instalado na 18ª Zona Eleitoral (São Miguel dos Campos, Jequiá da Praia e Roteiro) fez a juíza Nirvana Coêlho de Mello adotar uma postura extrema: vai pedir tropas federais para as cidades. O pedido será encaminhado esta semana ou até apróxima ao Tribunal Regional Eleitoral.
A gota d’água para isso é a prisão, hoje, do filho do ex-governador Geraldo Bulhões, Gustavo Bulhões, candidato a prefeito em São Miguel. Há duas semanas, foi a vez de um sobrinho do deputado George Clemente, outro candidato a prefeito, ser pego comprando votos na cidade.
Mas, o histórico de morte em Roteiro (Edvaldo dos Santos, o Val do Agenor, o prefeito, foi assassinado em uma emboscada em 11 de novembro de 2006) incrementa o pedido e serve como prova, mais que contundente, para mostrar ao tribunal que a região precisa- e muito- da ajuda do Exército para garantir uma votação tranqüila.
E é a atuação, considerada pelo TRE de linha dura, da magistrada que a fez assumir, mesmo a contra-gosto, uma das comarcas mais problemáticas de Alagoas. Em 1999, na cidade de Porto Calvo, ela denunciou uma rede de exploração sexual envolvendo um juiz, um padre, o prefeito e o promotor. “Só não morri porque a imprensa apóia meu trabalho”, disse a juíza.
