Santa Casa no combate a Microbactérias

AssessoriaProfissionais participam de videoconferências

Profissionais participam de videoconferências

Aumentou para 2.033 o número de casos notificados de infecção pela Micobactéria de Crescimento Rápido (MCR), sendo o Rio de Janeiro o líder neste ranking negativo, com 969 pacientes sob investigação de terem sido contaminados pela espécie M. massiliense. A variante é a responsável pelo surto que vem preocupando hospitais, clínicas e profissionais de saúde de todo o País. Os dados foram apresentados em videoconferência do projeto Rede Sentinelas em Ação.

Antes da videoconferência, realizada no Centro de Estudos da Santa Casa de Maceió, técnicos da Vigilância Sanitária municipal e estadual, além de especialistas em infecção hospitalar dos principais hospitais alagoanos, discutiram ações para evitar que Alagoas entre no rol dos atuais 15 estados com casos de MCR.

Há um consenso entre os especialistas – hoje confirmado pela videoconferência do médico infectologista da Anvisa, Leandro Queiroz Santi – de que o surto tem raiz em falhas no processo de limpeza, desinfecção e esterelização do material utilizado em intervenções cirúrgicas”, comentou a gerente de Risco e Infecção Hospitalar, Tereza Tenório Freitas.

O processo possui falhas que podem ocorrer tanto na etapa de limpeza do instrumental após o ato cirúrgico como no processo químico de desinfecção utilizado atualmente. Ambas etapas podem prejudicar também o trabalho de esterelização do autoclave, equipamento que submete os instrumentos a alta temperatura, eliminando as bactérias.

A enfermeira Maria Lúcia de Souza Rezende, da Equipe de Saúde da Vigilância Sanitária de Maceió, cobrou das técnicas presentes o repasse de dados como a taxa de infecção hospitalar, que não têm sido enviadas regularmente ao órgão. Por meio deste índice, o município tem como avaliar a real situação dos centros cirúrgicos na capital alagoana e tomar providências. A reunião contou também com a presença médico Marcelo Bomfim, da Vigilância Sanitária do Estado.

De Brasília, o infectologista Leandro Queiroz e a enfermeira Maria Angela Avelar Nogueira traçaram um panorama da atual situação do surto de MCR no País, elencando as cirurgias abdominais por videolaparoscopia (72%) como as mais freqüentes nos casos notificados. Em seguida vêm as cirurgias pélvicas (8%), as ortopédicas (5%) e, em menor percentual, as plásticas. “Por enquanto não temos óbitos”, alertou Queiroz, como um lembrete para que todos os hospitais e clínicas do País tomem providências preventivas.

Ele citou ainda o público feminino como o principal alvo da MCR (74%) e os hospitais privados, incluindo as clínicas particulares, com 89% dos casos notificados. Ele lembrou, entretanto, que este percentual é compreensível, haja vista que numericamente a rede privada em bem maior que a pública.

Sentinelas

Semanalmente os profissionais da Santa Casa de Maceió e de outras entidades que atuam no setor saúde em Alagoas se reúnem no Centro de Estudos da instituição para acompanhar as transmissões do Projeto Sentinelas em Ação, da Anvisa.

As palestras, irradiadas para todo o País a partir de um estúdio montado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, abrem espaço para discussões técnicas propostas pela Anvisa, sempre interagindo com os participantes por meio de sala de bate-papo, e-mail e telefone. Em Alagoas, o Hospital Universitário e a Santa Casa de Maceió são os dois únicos hospitais da rede.

As videoconferências ocorrem todas às terças-feiras no Centro de Estudos da Santa Casa de Maceió, das 11h às 12h. O evento é aberto à sociedade.

Conforme explicou a gerente de Risco e Infecção Hospitalar, Tereza Tenório Freitas, a Rede Sentinela visa à obtenção de informação ou notificação de eventos relacionados a produtos de saúde, assim como a melhoria da qualidade de serviços hospitalares oferecidos à população.

Fonte: Santa Casa de Maceió

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