Hospital Universitário faz campanha de combate à hanseníase

O Brasil ocupa o segundo lugar em número de casos de hanseníase no mundo, perdendo apenas para a Índia. Entretanto, especialistas afirmam que as estatísticas sobre a doença no país não correspondem à realidade, pois há subnotificação de casos na grande maioria dos municípios brasileiros.

Em 2005, o Ministério da Saúde identificou 38.410 novas ocorrências de hanseníase no país, quase 10 mil casos a menos que o registrado em 2004, mais o combate à doença ainda precisar ser intensificado, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste. A meta do Ministério é eliminar a hanseníase até 2010, o que significa ter menos de um caso de hanseníase para cada grupo de 10 mil habitantes. Hoje, essa média no país é de 1,5 casos para o mesmo grupo populacional.

Em Alagoas, o mapa quantitativo da hanseníase referente a 2006 ainda não foi divulgado pela Secretaria Executiva da Saúde, mas espera-se uma detecção maior em relação ao ano anterior em função das ações realizadas nos municípios para intensificar o diagnostico. Em 2005, Alagoas registrou 450 casos novos de hanseníase, com um coeficiente de detecção de 1,49 casos por 10 mil habitantes. No mesmo ano, o percentual de taxa de abandono ao tratamento da doença foi de 12,15%, considerado regular pelos parâmetros do Ministério da Saúde, que estipula como aceitável uma taxa de 10%.

Em Maceió, durante todo o ano de 2006 foram diagnosticados nas unidades de saúde 164 casos novos de hanseníase. O bairro com maior incidência da doença foi o Benedito Bentes, com 24 casos diagnosticados. Sozinho, este maior aglomerado de conjuntos habitacionais da capital possui igual número de portadores da doença que toda região do Tabuleiro.

O bairro do Jacintinho aparece em terceiro lugar na lista de maior número de casos, com 17 notificações. Outra localidade que vive uma situação preocupante em relação à disseminação da doença é o Vergel do Lago, que registrou 12 casos novos no ano passado. Feitosa, Bebedouro e Chã de Bebedouro também apontam alta incidência de hanseníase.

Campanha

A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica e que ataca os nervos das extremidades do corpo produzindo lesões graves na pele, principalmente em braços e pernas, além de sérias incapacidades físicas, psíquicas e sociais, quanto mais tardio for o seu diagnóstico e tratamento. A doença, no entanto, é curável e o tratamento com distribuição de medicamentos é gratuito. Dependendo da gravidade, o tratamento contra a hanseníase pode durar de seis meses a um ano e a cura depende, basicamente, da disciplina do paciente em tomar as medicações prescritas pelo médico.

Para intensificar o diagnóstico da doença, o Ministério da Saúde promove anualmente a Semana de Combate à Hanseníase, que este ano acontecerá de 22 a 28 deste mês. Neste período, o Hospital Universitário da Ufal, que é referência no tratamento de casos mais complexos da patologia, vai intensificar o exame de pele em qualquer pessoa que procurar o programa pelas manhãs, das 8 às 12 horas.

Não precisa ser paciente do hospital para se submeter ao exame de pele. Os casos positivos e que necessitarem de tratamento já sairão do hospital com a medicação garantida, assim como aqueles que precisarem de consultas com especialistas para tratamento das seqüelas e deformidades.

Normalmente as deformidades geradas pela hanseníase ocorrem no nariz, olhos, orelhas, mãos, dedos e nos pés. O paciente pode perder a força nos músculos e perde a produtividade. Os principais sintomas da doença são manchas brancas ou avermelhadas em qualquer parte do corpo que não caçam e não doem; formigamento, diminuição ou perda da sensação de calor, engrossamento e dor nos nervos dos braços, pernas e pés, dormência e enfraquecimento das mãos e dos pés, caroços e inchaços no rosto e nas orelhas, além de fraqueza e, às vezes, perda do apetite.

Fonte: Assessoria

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