Explosão do prédio vista da lagoa Rodrigo de Freitas
A primeira implosão na capital federal durou cinco segundos. O prédio abandonado há mais de 16 anos, projetado para ser um hotel de luxo à beira do Lago Paranoá, foi ao chão nesta segunda-feira, às 12h15. Após discurso do governador José Roberto Arruda, as explosões começaram pelo centro da estrutura. Calcula-se que os 13 andares se transformaram em mais de 14 mil toneladas de entulho.
A nuvem de fumaça provocada pela implosão durou cerca de cinco minutos e sedimentou-se rapidamente porque era mais pesada que o ar e não havia vento para dissipá-la. Também não houve sujeira na vizinhança. O entulho será levado para a Usina de Reciclagem da Novacap, onde poderá ser reutilizado para recapeamento de ruas.
O prédio condenado foi envolvido por uma tela de proteção, uma espécie de lençol, que serviu para conter os destroços. A técnica, chamada de envelopamento, foi usada também dentro do esqueleto. O governador Arruda foi quem acionou o detonador, de um toldo localizado a 300 metros da construção. Também foram ao local o vice-governador, Paulo Octávio, e o secretário de Obras, Márcio Machado.
Técnica
Para derrubar os 12 mil metros quadrados do edifício de 13 andares, a empresa de São Paulo – que tem no currículo mais de 60 implosões, entre elas a do presídio do Carandiru – usou 150 kg de explosivo. Esse material, espalhado pelos três primeiros andares, foi colocado nas principais colunas do edifício, em 500 pontos de detonação.
O especialista em implosão, Manuel Jorge Dias, explica que as explosões aconteceram de forma encadeada. “No momento da detonação, cada uma das cargas foi detonada no tempo específico de sua espoleta. Isso criou uma seqüência de detonação envolvendo centena de explosões controladas e direcionadas.“
História
O prédio demolido começou a ser construído em 1983. O casal proprietário obedeceu às regras de edificação da época, mas as normas foram alteradas pouco tempo depois com o tombamento da capital da República pela ONU, em 1987. O prédio acabou abandonado e está assim há mais de 16 anos. A construção foi embargada porque tinha 38 metros a mais do que o permitido.
Crédito: G1
Crédito: G1
