Professora da Uncisal dá dicas para curtir o carnaval

O Carnaval é um período festivo e, em alguns casos, os exageros também fazem parte da festa, principalmente quando o assunto é a ingestão de bebidas alcoólicas. Para aproveitar o feriadão, cair na farra e não perder nada por causa da “famosa” ressaca, a nutricionista e professora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Emilia Wanderley, recomenda que para cair na folia é bom optar por uma alimentação natural e variada.

A nutricionista acrescenta que os carboidratos são necessários para repor as energias do corpo. “Para dar mais energia aos foliões, o consumo de alimentos fontes de carboidratos, especialmente os complexos, que incluem os pães, cereais, tubérculos (inhame, macaxeira, batata-doce) e massas (nestas, evite molhos picantes e ricos em gorduras), são essenciais para o fornecimento de glicose, que se constitui no principal combustível do nosso corpo”, explica Emília Wanderley.

O calor, que está cada vez mais forte, e a vontade de aproveitar a praia e todas as opções de lazer fazem também com que nosso corpo perca rapidamente água em grande quantidade, deixando a pessoa debilitada e acelerando o processo de desidratação. Para evitar esses danos, a nutricionista recomenda o consumo de frutas, legumes e verduras, fontes de vitaminas, minerais e fibras. Emília diz que para garantir a festa “a reposição de líquidos e eletrólitos é adequada, ou seja, água de coco e sucos de frutas naturais são excelentes opções”.

Alimentos certos
Mas na hora da folia o vilão não é somente o álcool. Na hora de comer, às vezes a pressa ou até a preguiça fazem com que a alimentação fique um pouco de lado. É preciso consumir o mínimo de produtos industrializados. Os chamados "fast-foods" e demais "alimentos prontos" são ricos em gorduras, aditivos químicos e cloreto de sódio (sal).

Estas soluções imediatistas “podem causar irritação gástrica, sede excessiva e intolerância alimentar (indigestões), principalmente se consumidos em exagero. Frituras também devem ser evitadas, considerando que são fontes de gorduras saturadas, as vilãs do coração, que podem, ao longo do tempo, favorecer o acúmulo de placas nas paredes das artérias, além de serem extremamente calóricas”, explica a nutricionista Emília Wanderley.

Ela também alerta para o consumo de óleo e os problemas que o produto pode causar à saúde do folião. “O aquecimento de óleos em temperaturas muito elevadas podem levar à produção da acroleína, substância responsável pela irritação e desconforto do aparelho digestivo. Neste caso, é bom optar por assados e grelhados, especialmente na hora de escolher os petiscos, e deixar de lado embutidos como salame, salsicha, mortadela, paio e bacon”, aconselha Emilia Wanderley.

Crianças e idosos devem ter uma atenção especial, por serem mais vulneráveis a problemas de saúde, principalmente desidratação. Com a temperatura elevada registradas nos últimos dias, deve ser dada atenção especial à hidratação, oferecendo com freqüência muitos líquidos. Os mais indicados são água de coco e sucos de frutas naturais, especialmente as fontes de vitamina C, a exemplo de acerola, abacaxi, goiaba, laranja, limão e kiwi.

“Os sucos devem ser consumidos imediatamente após o preparo, evitando assim que a vitamina C seja oxidada em contato com o ar e seu teor seja reduzido. Evite os refrigerantes à base de cola, pois evitam que o cálcio atue na fortificação dos ossos”, reforça a professora Emília Wanderley.

Nos idosos a osteoporose é prevalente. “Para os hipertensos, os refrigerantes dietéticos são fontes de sódio, o que em excesso poderá elevar a pressão arterial. Além disso, os sucos de frutas e/ou de vegetais são excelentes fontes de nutrientes importantes – vitaminas e minerais – os quais funcionam como reguladores do funcionamento do nosso organismo.

Mas é preciso ter um cuidado especial com os idosos, que normalmente apresentam “hipodipsia”, ou seja, diminuição do mecanismo regulador da sede. Recomenda-se então oferecer líquidos regularmente, mesmo quando não solicitados”, reforça a professora e nutricionista Emília Wanderley.

A tolerância à bebida alcoólica é individual e regulada por uma enzima que metaboliza a substância no organismo, a álcool desidrogenase. As mulheres apresentam em menor quantidade que os homens. Importa não misturar vários tipos de bebida, pois as concentrações de álcool etílico são diferentes (observe no rótulo). Mas o segredo mesmo deve ser não beber em excesso, nem sem antes alimentar-se corretamente.

“É bom lembrar que a bebida alcoólica não é considerada alimento, porém é rica em calorias vazias, não sendo fonte de nutrientes para o nosso organismo”, alerta Emília. “Ela contém calorias. Um grama de álcool contém sete calorias, enquanto 1 grama de carboidrato contém quatro calorias, as quais não serão aproveitadas para o metabolismo (funcionamento normal) do corpo”, completa a nutricionista.

Mas no caso de ingerir grande quantidade de álcool, hidratação é essencial. O consumo de líquidos gelados minimizará a sensação de náuseas e episódios de vômito, caso aconteçam. “Evite o consumo de alimentos em altas temperaturas, gorduras e frituras, para não estimular enjôos. Mantenha uma alimentação rica em saladas de legumes variados, especialmente os pratos que devem ser servidos gelados.

Troque a maionese por um molho feito com iogurte natural e requeijão light: é saudável e delicioso”, recomenda. Com estas dicas a festa está garantida. No mais é bom sempre lembrar os nossos limites e aproveitar tudo, com harmonia e na dose certa.

Fonte: Gabriela Flores

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