Martin Scorsese é, enfim, o grande vencedor do Oscar

Depois de ser Indicado sete vezes durante suas mais de três décadas de carreira sem nunca ter ganho um Oscar, o cineasta Martin Scorsese foi o grande vencedor da cerimônia do Oscar, realizada neste domingo (25), em Los Angeles. O pedido de desculpas da Academia acabou saindo mais gordo do que o esperado: "Os infiltrados" não só recebeu o prêmio de melhor direção como foi eleito melhor filme, roteiro adaptado e edição.

Nas categorias melhor atriz e ator, os favoritos Helen Mirren ("A rainha") e Forest Whitaker (O último rei da Escócia) foram os vencedores, repetindo o feito do Globo de Ouro.

Cogitado como favorito para o grande prêmio da noite, o filme independente "Pequena Miss Sunshine" recebeu duas das mais importantes estatuetas do Oscar: roteiro original e ator coadjuvante, para Alan Arkin. O ator veterano, que vive o avô da protagonista, derrotou o favorito Eddie Murphy. Arkin já tinha sido indicado ao Oscar duas vezes como melhor ator nos anos 60.

Líder em número de indicações, o musical "Dreamgirls – Em busca de um sonho" levou duas estatuetas, de melhor atriz coadjuvante, que foi para a estreante e favorita Jennifer Hudson, e de mixagem de som.

Na categoria canção original, em que concorria com três músicas, "Dreamgirls" foi derrotado pelo documentário "Uma verdade inconveniente". Com trilha assinada pela cantora pop Melissa Etheridge, o filme sobre aquecimento global com o ex-vice-presidente americano Al Gore também foi eleito melhor documentário

Em uma grande noite para os cineastas mexicanos, o longa "Labirinto do fauno", de Guillermo del Toro, recebeu três estatuetas: melhor fotografia, direção de arte e maquiagem, ficando em segundo lugar em número de prêmios. Entretanto, o longa não ganhou a estatueta de filme estrangeiro, que era dado como certo. O alemão "The lives of others", de Florian Henckel von Donnersmarck, se deu bem.

Também assinado por um mexicano, "Babel", de Alejandro Iñárritu, recebeu apenas um prêmio, o de trilha sonora original, dado ao compositor Gustavo Santaolalla. Outra surpresa da noite foi na categoria animação, cuja estatueta foi entregue a "Happy Feet – O pingüim", derrotando o favorito "Carros", da Disney.

Em categorias técnicas, saíram vencedores "Cartas de Iwo Jima", de Clint Eastwood, pela edição de som, "Piratas do Caribe 2: O baú da morte" por seus efeitos especiais e "Maria Antonieta" por seus figurinos.

Os curtas-metragens premiados foram "West bank story" (filme), "The Danish poet" (animação) e "The blood of Yingzhou district" (documentário).

Doze vezes obrigado

"Vocês poderiam conferir de novo o envelope, por favor? Digo, estou muito emocionado com essa honra da Academia e de ser presenteado por meus velhos, velhos amigos. Lá se vão 37 anos. Estou tão comovido, tão comovido", disse Martin Scorsese em seu discurso, depois de repetir por 12 vezes a expressão "Thank you" (obrigado).

"Eu só gostaria de dizer também que tantas pessoas ao longo desses anos me desejaram isso. Você sabe, eu saía andando pela rua, e as pessoas diziam para mim. Eu ia ao consultório médico, em qualquer lugar. Elevadores, e as pessoas dizendo, ‘você deveria ganhar um, você deveria ganhar um’. Eu vou tirar um raio-X, ‘você deveria ganhar um’. E eu digo: obrigado. Amigos meus ao longo dos anos e amigos que estão aqui nesta noite e estão me desejando isso, obrigado. Isto é para vocês", emendou o diretor de "Os infiltrados" em sua fala de agradecimento.

A cerimônia foi repleta de bons momentos. Apresentada pela atriz homossexual Ellen DeGeneres, a premiação foi ainda palco do primeiro beijo gay no Oscar, protagonizado pela cantora Melissa Etheridge – vencedora na categoria melhor canção – e sua namorada, a atriz Tammy Lynn Michaels.

Mesmo sem ganhar nenhum prêmio desta vez, o veterano da Academia Jack Nicholson não deixou de chamar a atenção com seu novo visual completamente careca. Foi ele quem entregou o Oscar de melhor filme aos produtores de "Os infiltrados", no qual reaparece em uma atuação impecável.

Quem esperava um Oscar politizado, com candidatos fortíssimos como "Babel", "Vôo 93" e "Diamante de sangue", acabou se contentando com a vitória do documentário "Uma verdade inconveniente", estrelado pelo ex-vice presidente americano Al Gore. Recordista de bilheteria, o filme alerta para os problemas do aquecimento global.

Fonte: G1

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