Beltrão defende produção do etanol e cobra ajuda ao produtor de cana

Em discurso feito no plenário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB-AL), defendeu a produção do etanol no Brasil, mas cobrou do governo federal uma política de desenvolvimento para a região Nordeste. No discurso, Beltrão, destacou que nasceu e se criou em uma plantação de cana, e que por isso defende uma maior atenção para quem trabalha na plantação de terra que não possuem a mesma facilidade que os grandes empresários do setor.

“Meu pai era plantador de cana e fornecedor para uma usina. Hoje vivemos momento especial, todos falam do etanol, da possibilidade de o Brasil fazer parte da Opep, da produção de energia e de sua venda para os países desenvolvidos, que querem energia mais limpa. Entretanto, lembro-me bem do extinto Instituto do Açúcar e do Álcool, que determinava que 60% da produção de cana-de-açúcar seriam destinados a fornecedores de cana e não à indústria, que 60% da produção eram de terceiros. Hoje o etanol é a moda. O BNDES financia as indústrias de cana-de-açúcar, e o governo federal tem a oportunidade de promover o desenvolvimento de uma região. Agora vemos na prática grandes conglomerados industriais serem financiados pelo governo federal e os proprietários de terra estão à míngua. A maioria das empresas não admite fornecedor de cana-de-açúcar, não admite terceirizar a produção. Ou compra a terra de terceiros, ou arrenda”, afirmou o deputado.

“E Onde fica o desenvolvimento da região e a distribuição de renda? É preciso que o governo federal abra os olhos. O momento é este, não será amanhã. As indústrias estão sendo construídas, as empresas estão sendo financiadas pelo BNDES, e os proprietários estão ficando sem terra. A parceria que uma empresa poderia desenvolver com os proprietários de terras para promover a distribuição de renda na região não está sendo observada pelo governo federal”, criticou Joaquim Beltrão.

Segundo o deputado, para um governo que se diz democrata e coloca como prioridade a distribuição de renda e que tem a promoção do desenvolvimento como prioridade, está na hora de tornar realidade à produção do etanol com justiça social. “É agora. Não podemos deixar para amanhã, quando as indústrias já estarão construídas. Hoje, a produção da monocultura da cana-de-açúcar é uma realidade, principalmente em algumas regiões de São Paulo, do meu Estado e do Nordeste”, acrescentou.

É preciso que o governo federal tome a iniciativa de promover o desenvolvimento local. Sabemos que o dinheiro e as autorizações para a plantação vêm dos governos federal e estadual. Chegou a hora de dividir esse bolo e promover o desenvolvimento de cada região”, concluiu.

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