Pilar encena a última pena de morte oficial do Brasil

No próximo sábado, dia 28, a partir das 10 horas, ocorre em Pilar, a encenação teatral de um dos marcos da luta contra a opressão ao negro brasileiro: os “131 anos de extinção oficial da pena de morte no Brasil”, decretada por D. Pedro II, ocorrida no município, em 28 de abril de 1876, quando foi enforcado o escravo Francisco.

Segundo o diretor da Casa de Cultura de Pilar, Sérgio Moraes, o último executado oficialmente no Brasil foi o escravo Francisco, que juntamente com outros dois escravos, Vicente e Prudêncio, assassinaram, em 1874, o capitão João Evangelista de Lima e sua esposa Josepha Marta de Lima (ele no Hotel Central, ela no Sítio Bonga). Vicente fugiu para o engenho Hortelã, em Marechal Deodoro e foi capturado, enquanto Francisco e Prudêncio, seguiram para o engenho Monte Pavão (Pesqueira-PE), onde Prudêncio morreu em luta com a polícia e Francisco foi capturado.

Após a captura de Francisco e Vicente, foi instaurado um processo contra os dois, que durou dois anos. Depois de condenados, os escravos fizeram o "pedido de graça" ao imperador D. Pedro II, que não se pronunciou quanto ao escravo Vicente (condenado à “galé perpétua”) e negou o pedido de Francisco, que foi condenado a morrer na forca, em 28 de abril de 1876, sendo executado na localidade conhecida como “Sítio Bonga”.

Todos os anos, um grupo de atores de Pilar reproduz a história. Tudo começa com a realização de uma missa (o ato é real, feito por um padre autêntico), na bicentenária igreja de Nossa Senhora do Rosário, mesmo local onde o escravo condenado fez o seu pedido de perdão. Lá, Francisco tem a alma encomendada por um padre.

Depois, os atores saem da igreja, caracterizados com trajes de época, realizam o mesmo trajeto feito pelo escravo, seguindo pelas ruas da cidade até o Sítio Bonga, onde ocorre a simulação do enforcamento. A réplica da forca foi erguida no local exato onde o escravo foi executado.

O carrasco, que segue todo o cortejo encapuzado, cumpre a sentença, lida em voz alta por um arauto. Desta forma, D. Pedro II encerrava, definitivamente, a condenação por pena de morte no Brasil.

Fonte: Assessoria

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos